Presidenciais no Gabão: recolher obrigatório, oposição denuncia fraude
O governo gabonês anunciou no sábado, 26 de Agosto, o recolher obrigatório e a suspensão do acesso à internet, alegando risco de violência, depois do encerramento dos votos para as eleições presidenciais, que opõem o presidente cessante Ali Bongo Ondimba e o principal adversário, Albert Ondo Ossa. A oposição denunciou "fraude" e "exige ser declarado vencedor no final da votação".
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Duas horas depois do encerramento das urnas, o acesso à internet foi suspenso e o ministro das Comunicações, Rodrigue Mboumba Bissaou, anunciou no canal televisivo público que o governo decretou um recolher obrigatório das 19h00 até às 6h00 de domingo e a obrigação de pedir autorização três dias antes de organizar qualquer ajuntamento ou manifestação.
O ministro das Comunicações anunciou, ainda, a imediata “suspensão” do acesso à internet “até novo aviso e em todo o território”, invocando o “interesse superior da Nação”, a necessidade de contrariar os “apelos à violência”, as “informações falsas” nas redes sociais, com vista a “prevenir qualquer transbordamento e garantir a segurança” das pessoas.
Foi ainda anunciado o adiamento do encerramento de algumas mesas de voto por várias horas, muitas delas tinham aberto tarde por falta de material para votar.
O candidato da oposição Ondo Ossa pediu, filmado em directo nas redes sociais, ao Presidente Bongo que “saísse” do cargo, que ocupa há 14 anos.
Desde ontem à noite, a Alta Autoridade para a Comunicação (HAC) anunciou “a proibição provisória da transmissão no Gabão dos meios de comunicação franceses; France 24, RFI e TV5 Monde”, argumentando “falta de objectividade e equilíbrio no tratamento da informação relativa às eleições gerais".
Perto de 850 mil eleitores do Gabão foram chamados a decidir este sábado se prolongam por mais cinco anos no poder os 55 que a família Bongo já leva à frente dos destinos do país. Os gaboneses decidiram se concedem ou não um terceiro mandato ao presidente Ali Bongo Ondimba. O actual presidente concorreu ao cargo com outros 13 candidatos, incluindo um escolhido muito tarde pelos principais partidos da oposição, Albert Ondo Ossa.
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