Guiné-Equatorial: Altos funcionários de segurança investigados pela justiça espanhola
A justiça espanhola está a investigar o alegado envolvimento de três altos funcionários de segurança da Guiné-Equatorial, incluindo um dos filhos do actual Presidente, no alegado rapto e tortura de opositores espanhóis.
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Carmelo Ovono Obiang, filho do actual Presidente da Guiné-Equatorial e chefe dos serviços de informação estrangeiros, Nicólas Obama Nchama, ministro responsável pela segurança interna do país e Isaac Endo, director e responsável pela segurança presidencial, estão a ser investigados por um tribunal superior, com sede em Madrid, por alegadamente terem raptado e torturado dois opositores ao regime guineense.
A notícia foi avançada, esta terça-feira, pelo jornal espanhol El País e confirmada pela Agência France-Presse por fonte judicial.
O caso remonta a 2020, no sul do Sudão. Efa Mangue, de 44 anos, e Julio Obama, de 51, dois cidadãos espanhóis de origem equato-guineense, terão sido interceptados e presos no aeroporto de Juba, e levados, num avião militar, para a Guiné-Equatorial, onde foram torturados, de forma repetida, de acordo com a mesma fonte.
Na altura, dois outros membros da oposição, que também viviam em Espanha, terão sido também raptados. São eles Ndong Ondo e Martin Ondo. Os quatro terão sido condenados a penas de prisão, que variam entre os 60 e os 90 anos, acusados de terem participado numa alegada tentativa de golpe de estado.
O vice-presidente da Guiné-Equatorial, Teodorin Obiang, que é outro dos filhos do chefe de Estado, já acusou Espanha de "ingerência", após a abertura desta investigação.
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