Países vizinhos do Burkina Faso preocupados com presença das tropas Wagner

A cimeira Estados Unidos África ficou marcada pelas declarações do presidente do Gana, Nana Akufo Addo, alegando que os mercenários russos da força Wagner também já estariam no Burkina Faso. Era público e notório que estes para-militares estariam também na RCA e no Mali, não obstante desmentidos da junta militar. O chefe da diplomacia do Níger, Hassoumi Massaoudou, ouvido por Magali Lagrange, afirma ser plausível estar-se mesmo em presença das tropas Wagner no Burkina Faso.

Elementos do grupo Wagner perante a respectiva sede em São Petersburgo, na Rússia, a 4 de Novembro de 2022. REUTERS - IGOR RUSSAK

"Sem dúvida de que o presidente do Gana terá mais informações do que aquelas de que nós dispomos.

Mas parece-me ser algo de verosímil. De acordo com os dados que temos o Burkina está nessa trajectória.

Pedimos-lhes que revejam essa trajectória que seria um beco sem saída.

Vemos bem que a intervenção de Wagner no Mali, à parte proteger a junta, não garantiu sucessos em termos de segurança.

A situação de segurança degrada-se e o vazio deixado pela saída dos franceses é preocupante.

A Wagner é uma ameça para a estabilidade da zona da África ocidental, pelo que há que o levar à CEDEAO [Comunidade económica dos Estados da África ocidental], para que  haja um pronunciamento claro sobre a presença destes mercenários na nossa área. É um elemento heterogéneo que devemos combater."