Acesso ao principal conteúdo
Inundações/África do Sul

África do Sul: inundações já provocaram perto de 400 mortos

Na África do Sul, 395 pessoas morreram e cerca de 41 mil foram afectadas, na sequência das inundações provocadas pelas fortes chuvas, que assolam o país há já 5 dias. Estes dados são relativos ao último balanço das autoridades sul-africanas, divulgado esta sexta-feira. A busca por pessoas desaparecidas continua.

Escombros de uma igreja que desmoronou em uma casa, provocando a morte de quatro crianças em Clermont, Durban, África do Sul, 13 de abril de 2022.
Escombros de uma igreja que desmoronou em uma casa, provocando a morte de quatro crianças em Clermont, Durban, África do Sul, 13 de abril de 2022. REUTERS - ROGAN WARD
Publicidade

As autoridades sul-africanas admitiram hoje um balanço preliminar de quase 400 mortos e um muito vasto rasto de destruição na zona do Kwazulu Natal, leste do país, alvo de fortes enxurradas, com previsão de mais precipitação a partir de hoje.

Em entrevista à RFI, Many de Freitas, do partido Aliança Democrática, fez-nos o relato do que está a acontecer no terreno.

"A Costa do Kwazulu Natal, uma das nossas províncias está a ser afectada. Muitas pessoas já perderam as suas casas e as suas propriedades porque a tempestade é muito forte e difícil. Algumas pessoas já perderam as suas vidas e, por exemplo, temos os nossos vereadores que há vários dias não dormem e estão a trabalhar para ajudar as comunidades", começou por referir.

O nosso entrevistado voltou a reitar o facto de, para já, a situação ser muito difícil porque existe a necessidade de se encontrarem locais "para as pessoas dormirem".

"Por enquanto, há muitas casas destruídas, estradas e então, devemos recolher as pessoas. É uma situação difícil, mas nos dois últimos dias não houve muita chuva e isso é um alívio para nós porque podemos ajudar as populações daquela zona. Por enquanto, precisamos de qualquer tipo de ajuda possível", explicou Many de Freitas.

Ouça aqui parte da sua alocução:

 

01:00

Testemunho África do Sul, 15-04-2022

 

Romain Chanson deslocou-se a um bairro de lata, Clermont, no norte de Durban. Simo Nzama é militante associativo. Ele conta como uma igreja acabou por desabar em cima do telhado de uma casa, o que culminou na morte de 4 pessoas.

"Tudo começou no domingo, por volta das 9h com fortes chuvas que acabaram por danificar a estrutura da igreja. Esta acabou por desabar em cima da casa, onde se encontravam as 4 crianças. As pessoas continuam a limpar a lama, ficaram sem mobília, sem roupa, sem nada, o que mostra mesmo o quão elas foram afectadas", relatou Simo Nzama.

Ouça aqui o testemunho:

 

00:25

Testemunho 2, África do Sul, 15-04-2022

 

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, deslocou-se hoje a Mpumalanga, no nordeste do país e discursou numa igreja nas celebrações alusivas à Páscoa. Durante a sua intervenção, falou sobre as piores inundações já registadas no país.

O chefe de Estado lamentou "desastre de enormes proporções, nunca antes visto no país" e disse estar a passar "por um dos momentos mais tristes" do seu mandato, recordando a história de uma família que perdeu 10 membros devido às inundações.

Entretanto, foi hoje anunciado que a África do Sul vai destinar cerca de 63 milhões de euros, numa resposta de emergência para ajudar os mais afectados por este fenómeno meteorológico extremo, que atingiu principalmente o KwaZulu-Natal, no leste do país.

"Todos os anos fazemos um orçamento para emergências como esta e essa quantia (1.000 milhões de rands sul-africanos) está disponível, pode ser usada a partir de segunda-feira", precisou Enoch Godongwana, ministro das finanças sul-africano, em entrevista a uma televisão local.

Este dinheiro vai ser utilizado para alojar os deslocados e também para a contratação de profissionais para avaliar os danos causados no país.

De salientar que as chuvas, que atingiram níveis inéditos, não registados no país nos últimos 60 anos, causaram inúmeras perdas humanas e também materiais.

Há registo de milhares de casas destruídas, pontes e estradas derrubadas e caminhos-de-ferro danificados. Para além disso, o porto de Durban, um dos mais importantes do continente africano, e várias fábricas sul-africanas foram obrigadas a suspender as suas operações.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.