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Manifestação/Mali

Mali: Manifestantes exigem saída das tropas francesas do país

No Mali, centenas de pessoas manifestaram-se em Bamaco, capital do país, na noite desta sexta-feira, 4 de Fevereiro, para exigirem a retirada das tropas francesas do país.

Manifestação em Bamaco contra a presença de tropas estrangeiras no país, incluindo as tropas francesas.
Manifestação em Bamaco contra a presença de tropas estrangeiras no país, incluindo as tropas francesas. ANNIE RISEMBERG / AFP
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Os manifestantes mostraram-se felizes e agradeceram às autoridades malianas o facto de terem expulsado o embaixador francês no Mali, Joël Meyer.

No início a semana, recorde-se, o embaixador de França no Mali foi convocado ao Ministério maliano dos negócios estrangeiros, onde foi informado de que teria apenas 72 horas para abandonar o país. Esta decisão aconteceu após declarações do chefe da diplomacia de Paris, Jean-Yves Le Drian.

O chefe da diplomacia de Paris denunciou na última semana, nos órgãos de comunicação franceses, o carácter ilegítimo das autoridades de transição e denunciou a sua "fuga para a frente". Ele tinha-se também afirmado convicto de que o grupo privado russo de forças para-militares Wagner já estaria a operar no Mali e que estaria "a proteger as autoridades em troca da exploração das riquezas minerais do país".

Após todos estes acontecimentos, a tensão entre França e o Mali tem subido de tom e a felicidade demonstrada pelo manifestantes malianos é disso mesmo exemplo.

"A França está a voltar para casa" ou "Não ao neocolonialismo" foram duas das expressões que se fizeram ouvir durante a manifestação.

Este protesto acontece numa altura em que a União Europeia anunciou sanções contra cinco membros do governo de transição do Mali, incluindo o primeiro-ministro da transição Choguel Kokalla Maïga e dois membros próximos do coronel Assimi Goïta. São eles Malick Diaw e Ismaël Wagué, considerados os principais mentores do golpe de Agosto de 2020. Estes membros ficam assim proibidos de entrar no território da União Europeia e os seus bens foram congelados.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, popularmente designada por CEDEAO, também tem aplicado, nos últimos meses, duras sanções ao Mali com o objectivo de pressionar o Governo de Transição a definir uma data breve para a realização de eleições. 

Rercorde-se que o Mali vive uma situação particularmente delicada a nível social, político e económico. No decorrer do mês de Janeiro, a suspeita da presença de forças paramilitares russas Wagner em terreno maliano também voltou a colocar o país no centro de uma acesa polémica.

De salientar que, caso a Junta Militar não avance com eleições e, consequentemente, não devolva o poder aos civis, o Mali corre o risco de ficar isolado no panorama internacional.

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