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Guiné Conacri

Presidente deposto da Guiné Conacri deixou o país por motivos de saúde

O presidente deposto da Guiné Conacri, Alpha Condé, saiu ontem do seu país com o acordo da junta militar que tomou o poder em Setembro do ano passado. De acordo com órgãos de comunicação locais, o ex-presidente voou para os Emirados Árabes Unidos para seguir tratamentos médicos.

Alpha Condé em comício político a 12 de Outubro de 2020, na Guiné Conacri.
Alpha Condé em comício político a 12 de Outubro de 2020, na Guiné Conacri. Carol Valadee/RFI
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A junta militar que depois de depô-lo, manteve em detenção o antigo presidente de 83 anos em lugar incerto durante semanas antes de colocá-lo em residência vigiada juntamente com a família nas imediações de Conacri, acabou por autorizar a sua saída conforme era exigido pela CEDEAO, mas na condição de regressar dentro de um mês, segundo fontes próximas do actual poder em Conacri.

Na chefia do poder durante quase 11 anos, Alpha Condé foi deposto no dia 5 de Setembro de 2021 por militares encabeçados pelo coronel Mamady Doumbouya que entretanto foi investido presidente de transição.

Na sequência desse golpe de Estado, a CEDEAO suspendeu a Guiné Conacri e aplicou sanções individuais contra os membros da junta, não havendo para já nenhum calendário definido para a organização de eleições, apesar de a junta ter prometido restituir o poder aos civis.

A saída de Alpha Condé da Guiné Conacri acontece numa altura em que a justiça do seu país acaba de ordenar a abertura de um inquérito sobre os crimes que terão sido cometidos durante o seu mandato.

Segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos, os seus últimos anos no poder foram marcados por uma viragem autoritária, especialmente a partir de 2019, quando os protestos contra a sua reeleição em 2020 para um terceiro mandato foram severamente reprimidos com um balanço de dezenas de mortos e detenções.

Neste sentido, a justiça da Guiné Conacri pretende investigar assassinatos, desaparecimentos forçados, detenções e sequestros, actos de tortura e ataques às liberdades individuais alegadamente cometidos por agentes do Estado enquanto Alpha condé esteve no poder.

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