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#Etiópia/Tigré

Guterres pede “resolução pacífica” na Etiópia

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou, esta sexta-feira, para uma “resolução pacífica do conflito” no Tigré, no norte da Etiópia. Na quarta-feira foi lançada uma operação militar pelo exército etíope contra a região dissidente. O primeiro-ministro etíope disse, hoje, que a operação tem “objectivos claros e limitados”, um dia depois de um chefe do exército ter dito que a Etiópia estava “em guerra” contra o Tigré e das autoridades da região terem acusado Adis Abeba de ter iniciado uma “guerra” contra elas.

Imagem de arquivo.
Imagem de arquivo. AFP
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se “muito alarmado” com os relatos de confronto entre as Forças Armadas da Etiópia e o partido que governa a província de Tigré. "A estabilidade da Etiópia é importante para toda a região do Corno da África", escreveu Guterres na sua conta no Twitter, pedindo uma "solução pacífica para o conflito".

Na quarta-feira foi lançada uma operação militar pelas Forças Armadas da Etiopia contra a região dissidente do Tigré. A operação tem "objectivos claros e limitados", afirmou, na sua conta Twitter, esta sexta-feira, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, vencedor no ano passado do Prémio Nobel da Paz. O chefe de Governo tinha confirmado, na quarta-feira, o início da operação militar em resposta a um alegado ataque a um campo militar pelo partido que governa a região, a Frente de Libertação do Povo do Tigré. As autoridades da região acusaram Adis Abeba de ter iniciado uma “guerra” contra elas e negam que tenham feito algum ataque antes. A palavra “guerra” foi também utilizada na quinta-feira por Berhanu Jula, número dois do exército etíope, que disse que a Etiópia estava “em guerra” contra o Tigré.

O think-tank International Crisis Group alertou, em comunicado, que se o combate não parar já, o conflito “vai ser devastador não apenas para o país mas para todo o Corno de África”.

A região de Tigré não reconhece a autoridade do estado Federal desde que as eleições nacionais, que deveriam ter sido realizadas em Agosto, foram adiadas. Os líderes do Tigré, que dominaram o plano político nacional durante quase 30 anos até à chegada ao poder de Abiy Ahmed em 2018, decidiram unilateralmente manter as eleições na sua região em Setembro. Desde essa altura, que ambos os campos se consideram ilegítimos.

É na região de Tigré que se encontra uma parte importante do pessoal e equipamento militar do estado federal, herança da guerra entre a Etiópia e a Eritreia (1998-2000). De acordo com o International Crisis Group, a região tem capacidade bélica para um “conflito capaz de destruir o país”, o segundo mais populoso de África com mais de cem milhões de habitantes.

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