Guiné Conacri: Alpha Condé descarta presidência vitalícia
A Guiné Conacri tem eleições presidenciais agendadas para dia 18. O presidente cessante, Alpha Condé, vai disputar o escrutínio, candidatando-se a um terceiro mandato. Numa entrevista conjunta à RFI e à France 24 ele alega não pretender fazer uma presidência vitalícia, assumindo-se como um democrata que aceitará o resultado das urnas.
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Não obstante a controvérsia Alpha Condé, ex eterno opositor da Guiné Conacri, assume a sua candidatura a um terceiro mandato que vai disputar nas eleições de 18 de Outubro.
Condé de 82 anos foi o primeiro presidente democraticamente eleito do país em 2010, tendo sido reeleito em 2015.
A sua chegada ao poder ocorreu após décadas de regimes autoritários neste país limítrofe da Guiné-Bissau.
Com a alteração da constituição sufragada em referendo em Março passado estipulando um limite de dois mandatos os seus apoiantes estimam que é como se os contadores tivessem ficado a zero, dando a possibilidade a Condé de se voltar a candidatar à magistratura suprema.
Condé descartou qualquer discurso étnico e desvalorizou um relatório da Amnistia Internacional segundo o qual a repressão das manifestações teria feito pelo menos 50 mortos e denunciando a impunidade das forças de segurança.
Eis um extracto da entrevista da RFI e France 24 a Alpha Condé.
"Não se trata de fazer uma presidência vitalícia.
Batalhei durante 44 anos como opositor.
Ganhei as eleições de 93, como toda a gente o sabe.
Ou seja se o que eu pretendia era uma presidência vitalícia teria começado por me tornar presidente em 1993.
Agora vamos para eleições, não vou agora tomar posição quanto a mais nada.
Uma eleição nunca é ganha antes de ser disputada.
Logo veremos se ganho ou não.
Sou um democrata, criei um partido e batalhei durante 45 anos.
Os meus adversários são funcionários que acabaram por se tornar primeiros-ministros.
E então é que criaram um partido.
Parece-me extraordinário que tenha sido eu a batalhar ao longo de 45 anos para vir agora a ser apelidado de ditador ou de anti-democrata.
Quando foram os outros a saquear o país como coveiros da economia guineense."
Alpha Condé, presidente da Guiné Conacri
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