Novo presidente do Burundi toma posse e apela seus compatriotas ao diálogo
Evariste Ndayishimiye, tomou posse, nesta quinta-feira, como o décimo presidente da história do Burundi. No seu discurso de mais de sessenta minutos, o novo chefe de Estado burundês prestou homenagem ao seu antecessor, Pierre Nkurunziza, falecido recentemente, e apelou os seus compatriotas ao diálogo, sublinhando que uma das suas prioridades é asseguar a soberania do país. Ndayishimiye,criticou as ingerênciasestrangeiras no seu país, que segundo ele são responsáveis pelas crises políticas que afectaram o Burundi nos últimos anos. ape
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O presidente-eleito do Burundi, Évariste Ndayishimiye, tomou posse na quinta-feira, com dois meses de antecedência, devido à morte repentina do seu antecessor, Pierre Nkurunziza, de quem era o delfim.
A semelhança de Nkurunziza, o novo chefe de Estado burundês, embora tenha apelado ao diálogo nacional,realçou que uma das suas prioridades é assegurar a independência e soberania do seu país.
Évariste Nadayishimiye criticou as interferências estrangeiras nos assuntos internos do Burundi , no decurso dos últimos anos, bem como reprovou a atitude de alguns dos seus compatriotas que segundo ele pretendem defender o direito à liberdade de expressão, mas que na verdade estão ao serviço dos interesses dos "colonos". Este último termo destina-se a caracterizar os ocidentais, que ele acusa de serem os responsáveis pelas crises que afectaram o Burundi nos últimos tempos.
Evariste Ndayishimiye, recém empossado presidente do Burundi
"Não tenham receio, porque eu sei o que nos espera. Eu tenciono reforçar a independência e a soberania do Burundi, a liberdade de todos os burundeses e proteger a sua dignidade.
Que a comunidade internacional não se imiscua mais nesse género de questões, como ela o faz habitualmente por outras razões, porque essa é a minha preocupação.
No seio dela, alguns desprezam o Burundi, espero que isso não volte a acontecer.
Há burundeses que dizem lutar pelo direito a liberdade de expressão, mas nós apercebemos-nos que na realidade eles defendem os interesses dos colonos.
Vocês os conhecem bem ... São os mesmos que quando fracassam refugiam-se nos países dos seus mandatários estrangeiros. Nós sabemos quem são eles.
O diálogo faz parte da cultura dos burundeses.... que nenhum estrangeiro tente interferir mais uma vez no nosso diálogo, porque eles são responsáveis pelo que aconteceu".
(Evariste Ndayishimiye)
Depois de ter prestado juramento no estádio "Ingoma" de Gitega, capital administrativa do país, Évariste Ndayishimiye de 52 anos de idade, prometeu continuar a via traçada por Pierre Nkurunziza, morto subitamente no dia 8 de Junho aos 55 anos, depois de ter governado o Burundi durante 15 anos.
Oficialmente falecido com um ataque cardíaco, Nkurunziza, segundo Ndayishimiye, a sua chegada ao poder em 2005, deparou com um país dividido pela guerra civil e conseguiu restabelecer a unidade entre os burundeses.
De acordo com o novo presidente do Burundi, o seu antigo mentor foi também o dirigente que consolidou a independência e a soberania do país e voltou a dar ao Burundi o seu lugar no concerto das nações.
Évariste Ndayishimiye devia tomar posse a 20 de Agosto, data em que encerrava o mandato de Pierre Nkurunziza, mas o Tribunal Constitucional ordenou que ele assumisse as suas funçéoes mais cedo, de forma a evitar um período de incerteza, que de acordo com a citada instituição e o CNDD-FDD(Conselho Nacional para a Defesa da Democracia-Forçaspara Defesa da Democracia), partido no poder, podia desestabilizar o Burundi.
A história do Burundi foi marcada nos últimos anos por várias crises políticas mortíferas e por uma longa guerra civil que durou de 1993 a 2006 e resultou em 300.000 mortos.
Segundo observadores, Ndayishimiye vai governar um país, dividido, empobrecido e traumatizado pela crise de 2015, que levou vários opositores burundeses a exilarem-se.
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