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Política/Camarões

Camarões: eleições legislativas e municipais ensombradas por conflitos

Com em pano de fundo os conflitos, no oeste contra os separatistas anglófonos e no extremo norte do país assolado pelos jiadistas do Boko Haram, os camaroneses votaram neste domingo para eleger os seus deputados e vereadores. Marcados por uma fraca afluência às mesas de voto, dos dois escrutínios,o legislativo deveria consolidar a base política do Presidente Paul Bya e do seu partido, RDCP (União Democrática do Povo Camaronês).

O Presidente dos Camarões, Paul Biya .
O Presidente dos Camarões, Paul Biya . LUDOVIC MARIN / AFP
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Depois de dois adiamentos consecutivos, as eleições legislativas e municipais decorreram no Domingo nos Camarões, sete anos depois.

O espectro dos violentos conflitos no oeste e no extremo norte do país, respectivamente contra os separatistas anglófonos e os jiadistas do Boko Haram, pairaram sobre os escrutínios, que não deveriam mudar fundamentalmente o xadrez político do país da África Central.

Os analistas previram uma vitória parlamentar do RDCP (União Democrática do Povo Camaronês), partido no poder e do Presidente Paul Bya, que se encontra a liderar os destinos dos Camarões há 37 anos.

O partido do chefe de Estado, RDCP tem praticamente a garantia de obter ,mais uma vez, a maioria dos assentos na Assembleia Nacional, dos quais ela já possui 148, num total de 180.

A importância destas eleições camaronesas, boicotadas pelo MRC (Movimento para o Renascimento dos Camarões) principal partido da oposição liderado por Maurice Kamto, actualmente no exílio após ter sido preso durante nove meses em 2018, reside por conseguinte no número de eleitores que se deslocaram às mesas de voto.

Na região capital de Iaundé, um número pouco significativo de eleitores deslocou-se às mesas de voto.

Em Buea, capital regional do sudoeste camaronês, de maioria anglófona, as urnas foram práticamente desertadas, não obstante o forte dispositivo, de polícias e militares, destinado a garantir a normalidade dos escrutínios.

Segundo observadores locais, no plano municipal, a oposição poderia eleger uma maioria de vereadores nalgumas cidades importantes, nomeadamente Douala, principal centro económico dos Camarões.

Medidas legislativas implementadas em Dezembro de 2019, devido às reivindicações dos anglófonos camaroneses, vão contribuir para alargar as atribuições dos edis, no âmbito de uma maior descentralização administrativa do país da África Central, com 24 milhões de habitantes, dos quais a maioria faz parte de uma faixa etária abaixo dos 35 anos.

O investigador Stephane Akoa, do grupo de reflexão (think tank) camaronês, Paul Ango Ela,considerou que das duas eleições de Domingo, a mais importante é a municipal.

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Camarões :eleições legislativas e municipais ensombradas por conflitos 09 02 2020

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