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Costa do Marfim

Costa do Marfim: Charles Blé Goudé condenado à revelia a 20 anos de prisão

Charles Blé Goudé, ex-líder dos Jovens Patriotas actualmente em liberdade condicional por decisão do TPI, foi condenado à revelia em Adidjan a 20 anos de prisão por actos de tortura, homicídios voluntários e violações.

Charles Blé Goudé, antigo líder dos Jovens Patriotas no TPI
Charles Blé Goudé, antigo líder dos Jovens Patriotas no TPI AFP PHOTO / POOL / MICHAEL KOOREN
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Charles Blé Goudé antigo ministro da juventude do Prsidente Laurent Gbagbo, que aguarda em Haia a decisão do seu recurso perante o Tribunal Penal Internacional, que o acusa de crimes contra a humanidade, foi esta segunda-feira (30/12) condenado à revelia por um tribunal de Abidjan a 20 anos de prisão, 10 anos de privação dos seus direitos cívicos e 200 milhões de francos CFA de indemnização às vítimas, o equivalente a cerca de 300.000 euros.

A justiça marfinense acusou-o de actos de tortura, homicídios voluntários e violações e condenou-o por contumácia, dado que ele não pode deixar Haia, e na ausência dos seus advogados, que nem sequer foram notificados, contrariamente ao previsto na lei, o que levou um deles Suy Bi Gohoré a denunciar um processo político, inequitável e violador da lei.

O partido de Charles Blé Goudé Congresso Panafricano para a Justiça e Igualdade dos Povos apelou esta terça-feira ao diálogo político na Costa do Marfim, que tem eleições presidenciais em Outubro de 2020.

De recordar que Charles Blé Goudé foi transferido pelas autoridades marfinenses ao Tribunal Penal Internacional em 2014, onde com o seu antigo mentor o Presidente Laurent Gbagbo foram julgados por crimes contra a humanidade, cometidos entre 2010 e 2011 na violência pós eleitoral que ditou a eleição de Alassane Ouattara e causou mais de 3.000 mortos.

Laurent Gbagbo foi ilibado pelo TPI no início de 2019, mas este orgão interpôs recurso e o ex Presidente encontra-se em regime de termo de identidade e residência na Bélgica, quanto a Charles Blé Goudé a sua defesa apresentou recurso e ele aguarda a decisão do TPI em liberdade condicional em Haia.

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