Acesso ao principal conteúdo
Moçambique

Cabo Delgado: PR moçambicano quer reforço da vigilância na fronteira com a Tanzânia

O Presidente da República instou ontem as forças da ordem a reforçar a fiscalização junto à fronteira com a Tanzânia, para evitar a entrada de terroristas na Província nortenha de Cabo Delgado onde os ataques de grupos armados têm conhecido um recrudescimento.

"A ameaça continua alta" em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
"A ameaça continua alta" em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. AFP - CAMILLE LAFFONT
Publicidade

Foi à tropa de guarda-fronteira que o chefe de estado moçambicano também comandante em chefe das Forças de Defesa e Segurança instou a um maior rigor na fiscalização da fronteira com a República Unida da Tanzânia e justificou as razões.

"A tropa guarda-fronteira, é esta que vigia a nossa fronteira e, neste caso concreto, com a República Unida da Tanzânia. Tem sido a via que os terroristas tentam usar. Encontram dificuldades por causa do vosso trabalho mas há sempre alguns que conseguem escapar", disse o chefe de Estado.

Por isso, em Mueda, em Cabo Delgado, Filipe Nyusi exigiu mais determinação por parte das Forças de Defesa e Segurança, num momento que qualificou de "desespero dos terroristas".

"Porque entra numa aldeia, dispara para o ar, afugenta a população e rouba. Queima uma ou duas casas para dizer que atacou e a população estressada transpira como se fosse um ataque", disse Filipe Nyusi.

Estes apelos e exigências do Presidente moçambicano surgem numa altura em que milhares de pessoas fogem das suas aldeias em Cabo Delgado para as sedes dos distrito e províncias vizinhas devido a uma nova vaga de ataques terroristas.

Na passada segunda-feira, devido a ataques e ataques na sua zona, habitantes de Mazeze, Chiúre-Velho, Mahipa, Alaca, Nacoja B e Nacussa abandonaram as suas aldeias e dirigiram-se rumo à fronteira com a província de Nampula, à procura de um local mais seguro.

Há uma semana, o grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou um ataque em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 pessoas, naquele que foi um dos ataques mais violentos destes últimos meses.

A província de Cabo Delgado é palco de ataques de grupos armados desde Outubro e 2017, alguns deles sendo reivindicados pelo grupo Daesh. A violência nesta província nortenha provocou em quase 7 anos mais de 4 mil mortos, de acordo com a entidade de monitoria de conflitos ACLED, sendo que a ONU contabilizou mais de um milhão de deslocados devido aos ataques.

Apesar de as forças armadas moçambicanas terem recebido a partir de Julho de 2021 o apoio do exército do Ruanda e de tropas da SADC, até ao momento não se conseguiu restabelecer totalmente a segurança naquela região rica em recursos naturais, mas cuja população vive, na sua maioria, na pobreza.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.