Angola: Jornalistas preocupados com a independência editorial do Novo Jornal
A classe jornalística angolana está preocupada com a independência editorial do Novo Jornal, na sequência do litígio judicial que envolve os empresários Álvaro Sobrinho e Emanuel Madaleno, pela titularidade do semanário.
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Emanuel Madaleno, dono da Nova Vaga, actual editora do jornal privado Novo Jornal, enfrenta uma batalha judicial pela titularidade do semanário, cujo queixoso é o seu irmão, o empresário Álvaro Sobrinho, antigo proprietário do projecto e do Banco Espírito Santo Angola (BESA).
Sobre o assunto, Guilherme da Paixão, vice-presidente do Misa-Angola, admite que a classe jornalística sente alguma tristeza com a querela judicial que o Novo Jornal atravessa, uma vez que o semanário é um dos “poucos sobreviventes” de uma abordagem diferente no panorama jornalístico nacional.
Ainda assim, o profissional deseja que a batalha judicial que opõe Emmanuel Madaleno e Álvaro Sobrinho não belisque a lisura do projecto que, na sua óptica, tem contribuído para o fortalecimento da democracia, liberdade de expressão e imprensa e da pluralidade de informação em Angola.
Nós, enquanto jornalistas, comunicólogos, fazedores de opinião e cidadãos com uma opinião formada sentimos alguma tristeza, porque o Novo Jornal e o Expansão são os únicos sobreviventes que, ainda, nos trazem alguma coisa diferente e se isso começar a arrastar-se, os próprios jornalistas, que estão nestes jornais, vão começar a sentir-se ameaçados e depois a liberdade vai ficar muito mais coarctada.
O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, espera, também, que a batalha judicial que envolve o semanário não tenha reflexo na independência do jornal nem na liberdade dos jornalistas.
A principal preocupação do Sindicato dos Jornalistas Angolanos é que esta querela judicial não possa ter reflexo na independência do jornal, nem na liberdade dos profissionais.
O Novo Jornal tem-se afirmado como um jornal de referência, com um jornalismo plural, isento e imparcial.
Daí, a nossa preocupação com o facto de poder haver uma degradação da independência do jornal e das liberdades dos próprios profissionais ficarem afectadas.
Em Dezembro passado, 40 indivíduos, segundo alguns jornalistas, teriam invadido as instalações do Novo Jornal, a mando do empresário Álvaro Sobrinho, alegando que agiam no cumprimento de uma providência cautelar do Tribunal Provincial de Luanda, que transfere a titularidade do semanário da Nova Vaga para a Wide Capital, do antigo presidente do Banco Espírito Santo Angola.
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