Piores motins em décadas no Chile
No Chile, três pessoas morreram na madrugada deste domingo num incêndio num supermercado de San Bernardo, nos arredores da capital, onde tumultos, incêndios e saques marcaram a noite dos piores motins de há décadas no país.
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Além de Santiago do Chile, a capital, foi decretado o recolher obrigatório em Valparaíso, no centro do país, e em Concepción, no sul. 9.500 polícias e militares foram mobilizados para enfrentar os piores motins em décadas.
O aumento do preço do metro, na sexta-feira, foi o gatilho dos protestos e o Presidente até recuou na medida. Mas a indignação não parou e em três dias tornou-se no símbolo de uma grave crise social que atravessa o Chile, considerado como um dos países mais estáveis da América Latina. Os manifestantes denunciam as desigualdades sociais, a pobreza e contestam, por exemplo, um modelo económico em que o acesso à saúde e à educação é feito pelo sector privado.
Na sexta-feira à noite, o Presidente Sebastian Pinera decretou o estado de emergência na capital durante 15 dias, depois estendeu a medida a Valparaíso, mas nem a mobilização do exército travou os motins nesta que é a primeira vez que os militares patrulham as ruas desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet em 1990.
O exército decretou mesmo o estado de sítio na capital, mas os protestos e as violências continuaram, com dezenas de supermercados, carros e estações de serviço pilhadas e incendiadas. Mais de 300 pessoas foram detidas e há registo de três mortos num incêndio num supermercado nos arredores da capital.
Este domingo, Santiago do Chile estava paralisada e, para esta segunda-feira, o governo anunciou que não vai haver aulas em várias escolas em Santiago.
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