Turquia continua a fustigar cidades curdas no norte da Síria
Forças do exército turco entraram hoje numa cidade curda do norte da Síria onde há intensos combates. O Presidente turco, Erdogan, continua surdo aos apelos da comunidade internacional, nomeadamente, de Paris, para parar com a sua ofensiva militar contra os curdos na Siria. Ancara dispara mesmo contra soldados americanos.
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Forças do exército turco entraram hoje numa cidade curda do norte da Síria com a Turquia determinada a prosseguir com a sua operação, surda aos apelos internacionais para suspender as suas acções contra curdos naquela região.
Em Ancara, o ministério da Defesa, afirmou que forças turcas capturaram Ras al-Aïn, cidade fronteiriça com a Turquia.
Forças curdas desmentiram e segundo o Observatório sírio dos direitos humanos as forças turcas conseguiram entrar na cidade mas os combates continuam.
O certo é que desde ontem à noite tem havido intensos combates de grande violência tendo as forças turcas conquistado 11 cidades, a maioria perto de Tal Abyad, igualmente, na mira das forças turcas.
Desde o lançamento da operação, na quarta-feira, as forças turcas já assaltaram 23 pequenas cidades.
Turquia ameaça mesmo soldados americanos na Síria
Segundo o Pentágono, soldados americanos estacionados perto de Kobané, a oeste de Ras al-Aïn, foram alvos da artilharia turca mas não houve vítimas.
Um responsável americano, disse ainda que os soldados americanos continuam a fazer as suas patrulhas quotidianas mas evitam zonas de combate.
Na segunda-feira a retirada de dezenas desses soldados americanos deu a entender que o Presidente Trump deixou campo aberto à ofensiva turca o que foi aliás vista como uma traição.
O chefe da Casa Branca, ameaçou, posteriormente, a Turquia, com sanções económicas.
E por cá em Paris, o Presidente Macron, condenou a operação militar turca e apelou o Presidente turco Erdogan a pôr um termo à mesma o mais rapidamente possível.
Contudo, Erdogan, reagiu, declarando que "podem dizer o que quiserem mas não vai parar com a operação".
Organizações não governamentais, alertaram para um novo desastre humanitário na Síria, onde a guerra, já fez desde 2011, mais de 370.000 mortos e provocou milhões de deslocados.
Enfim, a Turquia, que levou a cabo duas ofensivas, no norte da Síria, em 2016 e 2018, deseja instalar numa futura zona de segurança uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios que vivem em território turco.
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