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Reino Unido

Parlamento britânico volta a rejeitar eleições antecipadas

Antes de ser suspenso até 14 de Outubro, o Parlamento britânico voltou a rejeitar, esta terça-feira à noite, o pedido do primeiro-ministro Boris Johnson de convocar eleições antecipadas. A pausa parlamentar vai terminar duas semanas antes da data prevista para o Brexit.

O Parlamento britânico foi suspenso até 14 de Outubro, depois de rejeitar pela segunda vez o pedido de Boris Johnson de convocar eleições antecipadas.
O Parlamento britânico foi suspenso até 14 de Outubro, depois de rejeitar pela segunda vez o pedido de Boris Johnson de convocar eleições antecipadas. Parliament TV via REUTERS
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O primeiro-ministro queria nova ida às urnas a 15 de Outubro, ou seja, quando os deputados regressassem da pausa parlamentar que ele lhes impôs. Mas, pela segunda vez em cinco dias, Boris Johnson viu a sua proposta de eleições antecipadas rejeitada. Apenas 293 votaram a favor, longe dos dois terços necessários para convocar novo escrutínio.

Antes do voto, Boris Johnson avisou que não vai pedir um novo adiamento do Brexit, previsto para 31 de Outubro, apesar de uma lei nesse sentido ter sido aprovada pelo Parlamento e ter entrado em vigor, esta segunda-feira, depois da luz verde da Rainha Isabel II.

O chefe do Governo disse ao líder da oposição, Jeremy Corbyn, que se quisesse um adiamento, bastava votar em eleições antecipadas. Só que antes de qualquer ida às urnas, a oposição quer eliminar a possibilidade de um Brexit sem acordo e, por isso, quer o adiamento da saída de três meses, algo que o Parlamento aprovou na semana passada. Esse documento obriga Boris Johnson a pedir mais tempo à União Europeia se não houver acordo de saída até 19 de Outubro.

A suspensão do Parlamento suscitou uma vaga de indignação no Reino Unido, com Boris Johnson a ser acusado de impedir voluntariamente os deputados de debater o Brexit para obrigar a um divórcio sem acordo com a União Europeia. O presidente do Parlamento, John Bercow, denunciou um “escândalo constitucional” e anunciou a sua demissão também esta segunda-feira.

Outro revés para o primeiro-ministro: a Câmara dos Comuns adoptou um texto que obriga o governo a publicar os documentos confidenciais sobre os impactos de um "no deal" face às suspeitas de que o governo os teria minimizado.

O Brexit estava inicialmente previsto para 29 de Março e já foi adiado duas vezes. Um novo adiamento teria de ser aprovado por unanimidade pelos 27 estados-membros da União Europeia.

Em caso de eleições antecipadas, Boris Johson iria tentar recuperar a maioria que perdeu ao excluir 21 dos seus deputados que votaram pelo adiamento do Brexit e ao ver outro deputado abandonar a sua bancada parlamentar em troca do partido pró-europeu dos liberais-democratas.

No sábado, Johnson sofreu outro revés com a demissão de um peso pesado do seu governo, o ministro do Trabalho Amber Rudd, depois da demissão do seu próprio irmão, Jo Johnson.

 

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