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Índia / Paquistão

Nova escalada entre a Índia e o Paquistão

O governo indiano jurou "fazer pagar caro" aos responsáveis do atentado-suicida ontem na Cachemira indiana que custou a vida de pelo menos 41 paramilitares, um ataque pelo qual Nova Deli culpa o Paquistão onde está baseado o grupo islamista radical que reivindicou o ataque.

O ataque visou uma coluna de 78 veículos que transportavam uns 2.500 paramilitares ontem perto de Srinagar, na Cachemira indiana.
O ataque visou uma coluna de 78 veículos que transportavam uns 2.500 paramilitares ontem perto de Srinagar, na Cachemira indiana. REUTERS/Mukesh Gupta
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Um veículo cheio de explosivos rebentou ontem à tarde numa auto-estrada perto de Srinagar contra uma coluna de 78 veículos que transportavam 2.500 paramilitares da Central Reserve Police Force que regressavam das suas férias. O ataque, o mais grave das últimas duas décadas, terá sido perpetrado por um jovem de 20 anos oriundo dessa mesma região, segundo indicou o grupo islamista radical Jaish-e-Mohamed na sua reivindicação.

Esta organização baseada no Paquistão considerada das mais activas na luta separatista na Cachemira, é segundo Nova Deli apoiada com meios humanos, materiais e financeiros por Islamabad com a qual disputa a soberania da Cachemira desde o fim da colonização britânica em 1947.

Logo após o sucedido, o Paquistão desmentiu qualquer envolvimento, mas a Índia afirma ter provas irrefutáveis. Desde ontem, nesta zona que é considerada das mais militarizadas do globo, as forças de segurança redobraram a sua vigilância, a internet está cortada nas imediações de Srinagar e no sul dessa região, na localidade de Jammu, foi instaurado um recolher obrigatório depois de violentas manifestações a seguir ao atentado.

Na sequência de uma reunião de urgência esta manhã, o chefe do governo indiano Narendra Modi indicou que iria "ripostar de forma apropriada". O ministro indiano das finanças indicou que iriam ser tomadas medidas para "isolar completamente o Paquistão", nomeadamente retirando ao país o estatuto de "Nação menos favorecida", o que se traduzirá pela retirada das reduções de direitos aduaneiros de que este país beneficiava junto da Índia há 23 anos.

A Índia também tentou fazer incluir na lista negra da ONU Masood Azhar, chefe do grupo Jaish-e-Mohamed, que vive em total liberdade no Paquistão. Só que aí, a China, um dos grandes parceiros económicos do Paquistão, recusou votar esta resolução.

Outra possível resposta da Índia seriam ofensivas contra alvos específicos semelhantes àquelas ocorridas na fronteira com o Paquistão em 2016, em represálias de um ataque contra uma base militar indiana por comandos islamistas. Na altura, essas ofensivas tinham sido ostensivamente mediatizadas de modo a fazer aparecer Narendra Modi como o homem forte da Índia.

A 3 meses das legislativas na Índia, fazer prevalecer uma lógica eleitoralista poderia ser contudo arriscado, segundo especialistas que tecem advertências perante uma possível escalada entre os dois irmãos inimigos, ambos dotados com a arma nuclear.

 

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