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Venezuela

Venezuelanos na rua para exigir entrada da ajuda humanitária

Na Venezuela esta terça-feira os apoiantes de Juan Guiadó saíram às ruas para exigir que as Forças Armadas deixem entrar a ajuda humanitária bloqueada na fronteira do país com a Colômbia, mas os pró Maduro também manifestaram.

Venezuela tem dois Presidentes Juan Guaidó e Nicolás Maduro
Venezuela tem dois Presidentes Juan Guaidó e Nicolás Maduro Yuri CORTEZ / AFP
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Apoiantes do auto-proclamado Presidente interino Juan Guaidó (a 23 de Janeiro) apelaram a manifestar nesta terça-feira (12/02) Dia da Juventude para exigir que a Guarda Nacional Bolivariana, fiel ao Presidente Nicolás Maduro deixe de bloquear a ponte de Tienditas com atrelados de camiões e contentores e permita a entrada de toneladas de ajuda humanitária bloquedas na fronteira com a Colômbia.

Esta ponte liga a cidade de Cúcuta na Colômbia à de Ureña na Venezuela, no estado fronteiriço de Tachira e o seu bloqueio impede a entrada de toneladas de alimentos e medicamentos, provenientes dos Estados Unidos, que se encontram em centros de armazenamento e devem começar a concentrar-se também em armazéns no Brasil, no estado fronteiriço de Roraima e numa ilha das Caraíbas, não especificada.

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Fernando Campos, conselheiro das comunidades portuguesas na Venezuela

Fernando Campos, conselheiro das comunidades portuguesas na Venezuela, residente em Caracas, admite que "a última palavra está nas mãos das Forças Armadas Venezuelanas...mas a ajuda sobretudo insumos médicos e medicamentos é fundamental...apesar de o governo o negar, justificando-o pelo facto de que atrás seguirão as tropas americanas invasoras".

A ajuda humanitária deverá entrar no país nos próximos dias, reiterou esta segunda-feira (11/02) Juan Guaidó, presidente do parlamento e Presidente interino da Venenzuela, reconhecido por meia centena de países, entre os quais os Estados Unidos, Canadá, Brasil, Colômbia e União Europeia, com a missão de organizar eleições presidenciais livres e transparentes.

Esta é a terceira jornada de manifestações anti Maduro (depois das de 23/01 e 2/02) e além da exigência da entrada da ajuda humanitária, pretende prestar homenagem aos cerca de 40 mortos, centenas de feridos e de detidos, desde o inicio dos protestos contra Nicolás Maduro, reeleito para um segundo mandato considerado ilegal a 21 de Janeiro.

Tudo está pois nas mãos dos militares, que partilham com a nomenclatura no poder as receitas do petróleo, aos quais Juan Guaidó prometeu amnistia se deixarem de apoiar Nicolás Maduro e a quem avisou que bloquear a ajuda é "um crime contra a humanidade".

Nicolás Maduro, que mantém o apoio de grandes potências como a Rússia, China, Irão e Turquia, em entrevista esta segunda-feira (11/02) à BBC afirma que no seu país "não reina a fome" nem existe "urgência humanitária" e responsabilisa as sanções dos Estados Unidos pela penúria que o povo venezuelano vive, afirmando que a alegada ajuda humanitária é a "preparação de uma intervenção militar norte-americana".

"A Venezuela está no olho do ciclone geopolítico do mundo" afirmou ainda Maduro que reclamou o retorno de mais de 80 toneladas de reservas em ouro depositadas no Reino Unido, quando o país faz face a graves problemas de liquidez.

 

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