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Venezuela

Braço-de-ferro continua entre Maduro e Guaidó

A Venezuela continua em situação de impasse, com os militares fiéis ao Presidente eleito Nicolás Maduro a bloquearem um dos acessos na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia por onde era suposto passar uma remessa de bens humanitários, conforme tinha sido pedido pelo autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó. Ao insistir que "ninguém vai entrar no país" por acreditar que isto pode ser a premissa de uma intervenção militar, Maduro também considera que "a Venezuela não precisa de esmola. Se querem ajudar, ponham fim ao bloqueio e às sanções".

A ponte Simon Bolivar, na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, por onde têm transitado muitos venezuelanos fugindo à crise e onde tem sido bloqueada a chegada de ajuda humanitária.
A ponte Simon Bolivar, na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, por onde têm transitado muitos venezuelanos fugindo à crise e onde tem sido bloqueada a chegada de ajuda humanitária. Schneyder Mendoza / AFP
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Paralelamente, também nesta Quarta-feira, Juan Guaidó recusou a mediação do papa Francisco, conforme tinha sido sugerido por Nicolás Maduro, isto apesar de o Sumo Pontífice ter demonstrado disponibilidade para tal. Crisprim Rodrigues, português regressado da Venezuela há quase 30 anos e que trabalha no seio do SEMA, uma associação empresarial da zona de Aveiro em Portugal, no acolhimento de portugueses que fogem da Venezuela, considera que de qualquer forma a mediação do Papa não iria servir para nada e que o pedido de ajuda de Maduro era apenas uma fachada.

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Crispim Rodrigues, luso-venezuelano ligado à associação SEMA, Associação Empresarial Sever do Vouga, Estarreja, Murtosa e Albergaria-A-Velha

Apesar disso, continuam as movimentações políticas. Guaidó continuou nesta Quarta-feira a desdobrar-se em esforços para obter o apoio da União Europeia e em particular da Itália que continua a não reconhecê-lo como Presidente interino legítimo. A Itália bloqueou na Segunda-feira a adopção de uma posição comum da UE, sendo que vários países da União Europeia, entre os quais a França e Portugal, reconheceram o Presidente autoproclamado, depois de expirar no Domingo o prazo que tinham estabelecido para Maduro convocar eleições.

Amanhã na capital do Uruguai, os membros do grupo de contacto composto por representantes de países europeus e de países latino-americanos devem encontrar-se para reflectir sobre estratégias para sair da crise de forma pacífica e democrática. Paralelamente, o Presidente americano que ainda hoje instou o Presidente Maduro a deixar entrar no seu país a ajuda humanitária deve avistar-se no próximo dia 13 de Fevereiro em Washington com o seu homólogo colombiano, Ivan Duque, para debruçarem-se nomeadamente sobre "os esforços para restaurar a democracia na Venezuela", anunciou hoje a Casa Branca.

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