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FESTIVAL DE CINEMA DE MACAU

Cineasta macaense volta a ser recompensada

A cineasta macaense Tracy Choi arrecadou o "Prémio de Melhor projecto" no âmbito do encerramento do Fórum da indústria, plataforma que decorreu à margem do Festival internacional de cinema de Macau. A realizadora do também galardoado "Sisterhood" obteve 15 milhões de dólares para realizar uma nova longa metragem "Lost paradise".

Cineasta macaense Tracy Choi recebe prémio principal da Indústria do cinema para projecto de filme "Lost Paradise" no Festival internacional de Macau a 11 de Dezembro de 2018.
Cineasta macaense Tracy Choi recebe prémio principal da Indústria do cinema para projecto de filme "Lost Paradise" no Festival internacional de Macau a 11 de Dezembro de 2018. RFI/Miguel Martins
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Apesar da sua juventude Tracy Choi é uma das mais promissoras cineastas da agora região administrativa especial da China.

Lost Paradise

"Lost paradise" (paraíso perdido) deve versar sobre o assédio sexual sofrido por uma mulher.

Um filme cujo guião poderá começar a ser escrito brevemente e que beneficia de uma ajuda de 15 milhões de dólares de financiamento. E isto na sequência do fórum da indústria, que decorreu à margem do Festival de cinema de Macau, num leque de 14 projectos que tinham sido seleccionados para o evento.

Numa altura em que a cineasta está também implicada num projecto sobre gravidez na adolescência.

Tracy Choi que, anteriormente, realizara também várias curtas metragens.

Sisterhood

A temática da mulher constara já da primeira longa metragem de Tracy Choi "Sisterhood" (irmandade feminina) que ganhara dois prémios no primeiro festival macaense de cinema em Dezembro de 2016, nomeadamente o Prémio do público.

Em entrevista à rfi, no âmbito deste terceiro festival macaense, a realizadora contou que, depois dessa estreia mundial, o filme teve exibições noutros festivais e também em salas de Macau, Hong Kong e Portugal.

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Tracy Choi, cineasta macaense

Cineasta macaense Tracy Choi no Festival internacional de cinema de Macau a 12 de Dezembro de 2018.
Cineasta macaense Tracy Choi no Festival internacional de cinema de Macau a 12 de Dezembro de 2018. RFI/Miguel Martins

O público macaense enalteceu, sobretudo, o facto de o território ser amplamente documentado na longa metragem.

Quando o filme esteve em cartaz em Portugal a cineasta diz ter recebido também ecos de espectadores que aplaudiam o facto da película fazer juz ao que é este antigo território luso no Sul da China.

Tracy Choi fez, entretanto, a pesquisa para "Lost Paradise" ao longo de um ano, assente em casos de assédio sexual de mulheres na Ásia, nomeadamente Taiwan, Hong Kong e Macau.

Ainda não é adquirido que a intriga tenha palco em Macau, a ligação ao território não seria a mesma, podendo também optar-se antes pela vizinha Hong Kong.

A realizadora pretende agora construir um guião antes de procurar por investidores, pelo que este prémio veio mesmo a calhar para se viabilizar um esboço do projecto, talvez daqui a seis meses.

Hotel Império

A jovem macaense desempenhou um papel activo também no "Hotel Império" do realizador português Ivo Ferreira, uma longa metragem que acaba de estrear no âmbito deste Festival internacional de cinema.

Tracy Choi foi assistente de realização e admite a sua satisfação por ter trabalhado com o cineasta de "Cartas da guerra" colaborando na tradução e reescrita dos textos para cantonense e mandarim, as duas principais línguas faladas no filme.

Idiomas em que se expressa no filme, nomeadamente, a actriz portuguesa Margarida Vila-Nova, a protagonista.

E isto sem ser, porém, locutora de nenhuma dessas duas línguas.

Com a ajuda de Tracy Choi, nomeadamente, e um trabalho afincado de Margarida Vila-Nova conseguiu-se dar naturalidade às suas falas nesses dois registos utilizados na China.

A realizadora realça o grande desafio que foi para Margarida Vila-Nova ter que falar, nomeadamente, cantonense.

E isto por esta língua do Sul da China ter uma gramática complexa e nove entoações que, ou sobem ou descem.

Ora o papel desempenhado por Margarida é profundamente emotivo, e desempenhar um papel em torno de emoções, sem saber o que se está a dizer, é deveras difícil, salienta Tracy Choi.

A cineasta diz ter aprendido também muito com a equipa de filmagem portuguesa e os métodos europeus de rodagem, muito diferentes dos da vizinha Hong Kong.

3° Festival internacional de cinema de Macau

A realizadora admite ter estado muito ocupado com o Fórum da indústria pelo que poucos filmes conseguiu ver no Festival, em curso, citando, porém, o filme de abertura (o norte-americano "Greenbook") e, obviamente, a estreia do "Hotel Império" e ainda outros filmes macaenses em cartaz.

Tracy Choi reitera ser uma sorte que Macau possa contar com este festival onde, no Fórum industrial, conseguiu privar tanto com numerosos produtores, como com realizadores.

E remata dizendo ser deveras enriquecedor poder trocar ideias com pessoas que gostam e fazem cinema.

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