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Mundo

A vida performativa de Helena Almeida

Morreu a artista plástica Helena Almeida. Era uma referência na arte contemporânea portuguesa das últimas cinco décadas. Filha do escultor Leopoldo de Almeida, tinha 84 anos e deixa trabalhos de pintura, desenho, fotografia e vídeo.

"Pintura Habitada", da artista portuguesa Helena Almeida
"Pintura Habitada", da artista portuguesa Helena Almeida Helena Almeida/GAleria Filomena Soares
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"É sempre igual. É essa a conclusão à qual chego. É humano e não consigo fazer de outra maneira porque dá a volta", era desta forma que Helena Almeida descrevia a sua obra.

Em Helena Almeida há o registo de uma coreografia que começa no espaço da pintura, desenvolve-se no desenho, na fotografia e no vídeo. Habitualmente olhamos para uma fotografia ou tentamos compreender a fotografia como um registo instantâneo, mas ao usar estes vários registos para criar uma imagem, Helena Almeida cria imagens complexa com dimensões emocionais.

"As fotografias não são retratos", afirmava a artista portuguesa. A obra "Ouve-me" datada de 1979, ano da Revolução no Irão, representa uma mulher muçulmana. Uma figura feminina de véu que veicula a imagem sobre terrorismo global.

Na obra de Helena Almeida existe um interesse em encontrar formas para expressar condições interiores no exterior.

Helena Almeida fez quase tudo o que se podia fazer à pintura.

A artista construiu os seus próprios suportes e transformou o seu corpo, com alguma ironia, em tela. Desafiou os limites dos suportes artísticos e parece haver um jogo entre o espaço fotográfico e o espaço da pintura, que junta numa tela, um espaço de duas dimensões. Nas obras "Espaços habitados", Helena Andrade pinta por cima das fotografias e para além de juntar o espaço fotográfico ao da pintura assume a sua presença atrás da tela, como pintora, e à frente da imagem com espaço de modelo.

Iniciou a sua carreira no final da década de 1960. Rapidamente se tornou uma figura incontornável no panorama artístico português contemporâneo.

Soube criar uma obra multifacetada. Era casada com o arquitecto Artur Rosa, era ele quem a fotografava. A partir dos anos 70 passou a ser um segundo elemento integrante da obra de Helena Almeida.

Nos últimos anos expôs no Museu de Serralves, no Porto, em Bruxelas e Paris. Em 2016, a obra de Helena Almeida esteve reunida na exposição "Corpus", no museu Jeu de Paume, em Paris.

O escultor português Rui Chafes destaca a ousadia, coragem e a linguagem de Helena Almeida que marcou tanto artistas como o público.

01:22

Escultor português, Rui Chafes

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