Encontro Trump-Juncker sob alta tensão

O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deslocou-se a Washington onde se avista hoje com o presidente Donald Trump com pano de fundo de guerra comercial depois de os Estados Unidos terem decidido aplicar desde Junho à União Europeia, à semelhança de outros parceiros internacionais, um decreto instituindo o aumento para 25% das taxas sobre as importações de aço e para 10% sobre as importações de alumínio.

O encontro entre Juncker e Trump não tem suscitado grandes esperanças do lado europeu. REUTERS/Michael Kappeler, Pool

Promulgado em Março, apesar de ameaças de retaliações por parte de Europa e apesar das dúvidas expressadas pelo próprio campo de Trump, este decreto proteccionista foi seguido nestes últimos meses por salvas de tweets presidenciais hostis, o último dos quais lançado ontem dizendo que "o que faz a União Europeia é inacreditável. Eles parecem bons, mas são duros".

Outro indício de que o braço-de-ferro pode ser renhido, a administração Trump acaba de anunciar uma ajuda de urgência de 12 mil milhões de Dólares para os agricultores afectados pelas represálias europeias, chinesas e canadianas à guerra comercial que desencadeou.

Por isso e também porque o Presidente Trump tem dado a entender que poderia passar a igualmente impor taxas aduaneiras à importação de veículos europeus, o que preocupa particularmente a Alemanha onde este sector dá emprego a 800 mil pessoas, Jean-Claude Juncker não se declarava ontem "excessivamente optimista" quanto aos possíveis resultados do seu encontro hoje com Trump no salão oval.

"Não temos outra estratégia, senão a do diálogo" afirmou por sua vez Cecilia Malmstrom, Comissária Europeia para o Comércio, que acompanha Juncker nesta visita. Todavia, a comissária não deixou igualmente de mencionar que no caso de Washington pôr em prática as suas ameaças, a União Europeia está preparada para aplicar taxas sobre produtos industriais, agrícolas e de alta tecnologia americanos no valor de 20 mil milhões de Dólares.