Novo caso de envenenamento com Novitchok na Grã-Bretanha
Dois britânicos encontram-se hospitalizados desde Sábado em estado crítico na sequência de um novo caso de envenenamento com Novitchok, arma química de concepção soviética utilizada para a alegada tentativa de assassinato em Março de Serguei Skripal, antigo espião russo, e da filha Iulia, em Salisbury, no Reino Unido.
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O casal, um homem e uma mulher, Charlie Rowley e Dawn Sturgess, respectivamente com 45 e 44 anos, ficaram doentes no Sábado passado em Amesbury, a apenas 12 quilómetros de Salisbury, localidade onde sucederam os primeiros envenenamentos no passado mês de Março. O casal ficou aliás internado no mesmo hospital que os Skripal.
Num primeiro tempo, a polícia evocou a possibilidade de um incidente ligado ao consumo de droga, mas após análises em laboratório, ficou confirmado que os dois britânicos tinham estado em contacto com o Novitchok, substância mal conhecida concebida no final dos anos 70 pelos soviéticos que age sobre o sistema nervoso, causa paralisia e pode levar até à morte por asfixia ou paragem cardíaca.
Como isto pôde acontecer novamente? É a interrogação das autoridades locais bem como da centena de investigadores da polícia antiterrorista que foram mobilizados para o inquérito. Apesar da polícia dizer que "o perigo sanitário é fraco" para a população, os locais que foram frequentados pelo casal foram encerrados, e quem esteve na passada Sexta-feira nos mesmos lugares foi aconselhado a lavar a sua roupa à máquina, limpar os telefones, malas e jóias.
Depois de já ter apontado o dedo à Rússia em Março aquando do caso Skripal causando uma grande crise diplomática, Londres tornou a pedir hoje explicações a Moscovo que, por sua vez, ao dar conta da sua "preocupação", disse que "não tinha informações" mas que já em Março tinha demonstrado a sua disponibilidade para ajudar o Reino Unido nas suas averiguações. "Nenhuma cooperação foi proposta pela Rússia relativamente a este novo envenenamento", retorquiu entretanto o Ministério britânico do Interior, declarando antever uma "nova campanha de desinformação" por parte do Kremlin.
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