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Turquia

Turquia: Presidente Erdogan reeleito com maioria absoluta

 Presidente Recep Tayyip Erdogan reeleito com maioria absoluta, a Turquia passa de um sistema parlamentar ao regime presidencialista pelo menos até 2023, data do centenário da fundação da república turca por Mustapha Kemal.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan reeleito com maioria absoluta
Presidente turco Recep Tayyip Erdogan reeleito com maioria absoluta REUTERS
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Presidente Recep Tayyip Erdogan com 64 anos, foi reeleito ontem (24/06) com 52,5% dos votos, e a coligação Partido da Justiça e Desenvolvimento do Presidente ou AKP e o seu aliado ultra nacionalista MHP ganha maioria no parlamento com 54%, o que representa 343 dos 600 deputados.

Outra excelente vitória de Erdogan, parcialmente explicada pelo domínio absoluto dos media e pelo uso e controle de todos os setores e estruturas do Estado, Erdogan terá poderes reforçados devido à reforma constitucional aprovada por referendo no ano passado.

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Correspondência de José Pedro Tavares

O seu rival Muharren Ince e CHP - Partido Republicano do Povo, maior partido da oposição, kemalista e social democrata, obteve 31% dos votos e elegeu 146 deputados  foram incapazes de obter votos fora do seu próprio campo, e em geral o voto dos 56 milhões de eleitores obedeceu às velhas ideologias e linhas de fractura religião-etnia-nacionalismo.

Principais pontos a reter: o voto do AKP (mas não o de Erdogan) caíu de 7% em relação às últimas eleições, assim como o do CHP - esquerda republicana laica - que caiu 2,5%.

MHP (nacionalistas, 11%) são um dos grandes vencedores desta noite, com o HDP (pró-curdo, 11,5%) cujo líder Selahattin Demirtas fez campanha a partir da prisão, tiveram boa performance e entram no parlamento, importante para uma eventual solução política do problema curdo.

O novo partido Iyi ultranacionalistas dissidentes com incllinação islamista, 10%  esteve pior que o esperado, bem como a sua líder, Aksener que obteve 7,4%.

O que esperar? Mais do mesmo – ou provavelmente pior:

- uma Turquia onde todos os poderes estão agora concentrados num homem só, um regime de homem-forte sem sistema de controlo e contrapesos.

- políticas mais nacionalistas, portanto a continuação do afastamento da Europa e do Ocidente

- uma solução politica para o problema curdo mais distante, porque os parceiros nacionalistas do AKP assim o irão determinar

- a purga e o combate aos gulenistas, aos curdos, e aos opositores deverá continuar.

Segundo a agência de notícias turca Anadoulu, 3 pessoas foram mortas a tiro em Erzurum, no leste do país e pelo menos 10 cidadãos estrangeiros foram detidos por supostamente se terem apresentado como observadores, bem como uma delegação do Partido comunista Francês.

A missão da OSCE - Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, admitiu hoje a "ausência de oportunidades iguais" entre os diferentes candidatos e uma campanha de cobertura mediática largamente favorável ao Presidente Erdogan.

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