Grécia : Acordo histórico obtido no Luxemburgo

Esta madrugada, no Luxemburgo, os Ministros das Finanças da zona euro chegaram a um acordo quanto às modalidades da saída da Grécia do seu terceiro e último resgate, que será efectivado a 20 de Agosto. Mas a Grécia ainda terá de esperar cerca de dez anos para poder respirar fundo.

Euclid Tsakalotos, o Ministro grego das Finanças, em Atenas, a 15 de Junho de 2018 (imagem de ilustração) REUTERS/Costas Baltas

Não foi fácil ! Os Ministros das Finanças da zona euro, reunidos desde Quinta-eira à tarde, tiveram de discutir muitas muitas horas para encontrar um compromisso.

Entre as medidas acordadas, quanto ao terceiro e último programa de assistência à Grécia, podem citar-se o prolongamento dos prazos de pagamento dos empréstimos, uma última “tranche” de 15 biliões de euros, e uma vigilância pós-programa, reforçada.

Mário Centeno, o presidente do Eurogrupo, em conferência de imprensa no final do Eurogrupo, considerou que o acordo alcançado é “obviamente histórico, pois marca “o final dos últimos resquícios da crise do euro”.

Após oito longos anos de austeridade, a Grécia vai chegar ao fim da sua assistência financeira, indo juntar-se a outros países (Irlanda, Espanha, Chipre e Portugal ) que também tiveram de se submeter a uma ajuda externa, que significou muita contenção das despesas, muita austeridade.

Mário Centeno sublinhou que "o fim do programa de resgate traz novas responsabilidades, e cabe à Grécia preservar os efeitos alcançados durante todo o processo de ajustamento, e prosseguir o esforço de reformas".

Contactado pela RFI, o economista português Manuel dos Santos, eurodeputado e antigo Vice – Presidente do Parlamento Europeu, afirmou estar de acordo com as declarações do presidente do Eurogrupo, estimou que é agora mias difícil uma nova crise do euro, mas preveniu que a espinhosa questão dos migrantes pode vir a levantar outro tipo de problemas :

“Não sendo directamente económicos nem financeiros, são problemas que têm uma grande importância, e exercem uma grande pressão sobre as soluções económicas e financeiras que devem ser encontradas".

Oiça aqui o economista e eurodeputado português Manuel dos Santos :

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Economista português Manuel dos Santos