Jordânia: demissão do primeiro-ministro Hani Mulki
O rei Abdallah II que começou por apelar ao diàlogo, aceitou hoje a demissão do contestado primeiro-ministro Hani Mulki e encarregou o até agora ministro da educação Omar al-Razzaz de formar um novo governo.
Publicado a: Modificado a:
Desde a greve geral na passada quarta-feira (30/05) contra as medidas de austeridade e em pleno Ramadão (o mês de jejum para os muçulmanos) todas as noites milhares de pessoas têm manifestado em várias cidades da Jordânia, para exigir a demissão do governo e a anulação das medidas de austeridade impostas pelo FMI, que dia a dia deterioram as suas condições de vida, no que foram as maiores manifestações no país desde 2011.
Demissão do primeiro-ministro da Jordânia
Na passada sexta-feira (1/06) um decreto do rei Abdallah II anulou os aumentos dos preços dos combustíveis e da electricidade, que tinham entrado em vigor na véspera, por decisão do governo liderado por Hani Mulki, que anunciou igualmente um aumento de 5% nos impostos para singulares, incluindo os salários mais modestos e entre 20 e 40% para as empresas, em cumprimento das exigências do FMI.
O FMI exige reformas estruturais profundas, como o aumento do IVA e a redução até 2021 da dívida pública para 77% do PIB - em 2015 esta representava 94% - a troco de apoio financeiro ao país aprovado em 2017, no valor de 723 milhões de dólares (617 milhões de euros) durante três anos.
A Jordânia que não possui recursos naturais, vive quase exclusivamente da ajuda norte-americana e desde Janeiro que os preços dos bens de primeira necessidade, entre os quais o pão e os combustíveis, não cessam de aumentar.
O país que acolhe milhares de refugiados sírios e iraquianos, tem uma taxa de desemprego oficial de 18,5% e 20% da populaçao vive no limiar da pobreza.
O rei Abdallah II que começou por apelar ao diàlogo, convocou hoje Hani Mulki - que dirige o governo desde Maio de 2016 - aceitou a sua demissão e encarregou o até agora ministro da educação Omar al-Razzaz de formar um novo governo.
Oficialmente durante estas manifestações cerca de 60 pessoas foram presas e 42 membros das forças da ordem ficaram feridos.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro