Vitória de Maduro nas presidenciais de Venezuela
-O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que se candidatava, este domingo, para a sua reeleição, ganhou as eleições presidenciais com cerca de 68% dos votos, frente ao seu principal adversário, Henri Falcon, que, com 21,2%, denuncou fraudes e reclama uma nova eleição, antes do fim deste ano. Também a comunidade internacionais denunciou irregularidades.
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Nicolás Maduro, foi reeleito, este domingo, 20, nas eleições presidenciais, na Venezuela, com cerca de 68% por cento dos votos, o que representa à volta de 5,8 milhões de venezuelanos.
O seu principal adversário, Henri Falcon, que ficou pelos 21,2% dos votos, denunciou imediatamente uma vitória "ilegítima", já que houve fraudes eleitorais e como tal reclama uma nova eleição ainda antes do fim do ano.
Estas presidenciais venezuelanas, ficaram igualmente marcadas por uma forte taxa de abstenção, que rondou a casa dos 54%. Nas precedentes eleições, houve uma taxa de abstenção de apenas 20%.
E mesmo assim a oposição afirma que a taxa de participação, cerca de 46% foi exagerada, considerando que menos de 30% dos venezuelanos foram às urnas.
A maioria da oposição tinha apelado ao boicote destas eleições que apenas serviriam para a "coroação" de um ditador.
"Eles me subestimaram", declarou, ontem à noite, Maduro aos seus apoiantes e simpatizantes frente ao palácio presidencial, no centro da capital, festejando a vitória com um grande fogo de artifício.
" A revolução está aqui para durar", declarou à multidão o presidente reeleito, que garantiu que a sua prioridade vai para a recuperação da economia após 5 anos de recessão.
"Força Nico", gritaram os seus apoiantes noite adentro pelas ruas de Caracas!
Oposição e Ocidente condenam, mundo comunista apoia
O único candidato sério da oposição, Henri Falcon, declarou que não reconhece os resultados destas eleições manchadas por irregularidades e fraudes. Assim, o antigo governador de Lara, exigiu novas eleições.
Um terceiro candidato a estas presidenciais na Venezuela, o pastor evangélico, Javier Bertucci, reclamou igualmente um novo escrutínio presidencial.
Ao todo, concorriam para estas eleições na Venezuela, 4 candidatos, que partiram em desvantagem, já que todas as sondagens davam Maduro a ganhar, apesar duma grave crise económica no país.
A nível, internacional, a vitória de Maduro, corre, igualmente, o risco de ser contestada.
Nos Estados Unidos, o senador republicano americano, Marco Rubio, apelou a um isolamento do governo do presidente Nicolas Maduro e mostrou-se aberto a "todas as possibilidades" para levar a democracia à Venezuela.
Recorda-se que no passado o presidente americano, Donald Trump, chegou a ameaçar intervir militarmente na Venezuela para tirar do poder o tirano Maduro e ajudar o povo venezuelano a viver numa verdadeira democracia.
Por cá na Europa, a União europeia, declarou várias vezes que as condições não estavam reunidas para a organização destas eleições na Venezuela.
Mesmo, na região das Américas, países vizinhos como Chile, contestaram a organização das eleições venezuelanas.
O Presidente chileno, Sebastian Piñera, declarou ontem que "as eleições de ontem na Venezuela não correspondiam a normas mínimas da democracia" e sublinhou, que "como a maioria das grandes democracias, o Chile, não reconhecia essas eleições."
Também, o governo do Panamá, reagiu, anunciando não reconhecer os resultados das presidenciais venezuelanas.
Apenas países ideologicamente amigos de Maduro, como Cuba e Salvador, reconheceram a sua vitória felicitando o vencedor.
Enfim, em Pequim, o porta-voz do ministério dos Negócios estrangeiros, Lu Kang, declarou que para a China, o governo e o povo venezuelanos estavam à altura de gerir os seus próprios interesses e que todos deviam respeitar a escolha do povo venezuelano.
Vitória de Maduro na Venezuela contestada
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