"Dissolução da ETA deve levar à reconciliação", afirma Brian Currin
Após quatro décadas de atentados, sequestros e extorsões, a organização separatista basca ETA (Euskadi Ta Askatasuna - Pátria Basca Liberdade), proclamou a sua dissolução nesta Quinta-feira. É a penúltima etapa da história desta organização terrorista, que causou mais de 800 mortos em Espanha. Talvez comece aqui um longo e penoso período da reconciliação nacional.
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" A dissolução da organização separatista basca ETA deve levar à "reconciliação", afirmou hoje um membro do Grupo Internacional de Contato pela Paz no País Basco, durante a cerimónia realizada na localidade francesa de Cambo-les-Bains.
"Hoje é um dia de celebração,"para avançar na resolução do conflito no País Basco", declarou o advogado sul-africano Brian Currin, na abertura deste encontro internacional, que ocorre um dia depois de a ETA ter anunciado o desmantelamento de todas as suas estruturas, após décadas de luta independentista.
"Porém, a auto-dissolução do ETA também é um compromisso para participar no processo democrático na Espanha, o que implica a necessidade de reconciliação", acrescentou.
Para o ex-dirigente do partido republicano norte-irlandês Sinn Fein, Gerry Adams, um dos mediadores (juntamente com o mexicano Cuauhtémoc Cárdenas, e o uruguaio Alberto Spectorovsky), "a ira não é uma política; a vingança não é uma solução".
Gerry Adams afirmou ainda : "Construir a paz é muito mais difícil do que fazer a guerra, e o ponto de partida tem de ser o diálogo".
As associações de vítimas da ETA, que não estiveram presentes nesta cerimónia realizada em Cambo-les-Bains, no País Basco francês, expressaram a sua insatisfação com a forma como a dissolução foi feita.
Entretanto, em Espanha, o chefe do Executivo espanhol, Mariano Rajoy, prestou homenagem a todas as vítimas da ETA, e garantiu à organização separatista que, apesar de desmembrada, não haverá impunidade para os seus crimes.
Oiça aqui:
Declarações de Mariano Rajoy, chefe do Executivo espanhol
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