Paris tenta mediar tensão do Riade com Líbano e Irão
Diplomacia cruzada entre Paris, Riade e Beirute, para, de um lado, tentar obter o regresso do primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, da capital saudita, ao seu país, Líbano e doutro, o presidente francês, Macron, em Riade, numa visita relâmpago, interessado na resolução desta questão, mas também, que haja menos tensão entre a Arábia saudita e o Irão.
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Do Líbano, o presidente libanês, Michel Aoun, reclama ao enviado saudita a Beirute, o regresso ao país, do seu primeiro-ministro, Saad Hariri, que anunciou em Riade a sua demissão.
O Presidente libanês, disse igualmente ao encarregado saudita de negócios em Bierute, Walid al Boukhari, que considerava inaceitáveis as circunstâncias desta demissão, soube-se de fontes próximas da presidência libanesa.
Este assunto surge numa altura em que começou a semana passada, uma autêntica purga na Arábia saudita, com o afastamento de vários príncipes e ministros e ramificações noutros países, pelo que certos analistas em Beirute, consideram que o primeiro-ministro, Saad Hariri, é um dominó que também caiu.
É aqui que surge o Presidente francês, Macron, que num périplo, por Abu Dhabi e Dubai, decidiu fazer uma passagem por Riade, para abordar a situação no Líbano com o Príncipe saudita herdeiro, o homem forte, da purga em curso, Mohamed Ben Salman.
Com o Príncipe herdeiro, Salman, o chefe de estado francês, analisou a situação no Iémen, e defendeu menos tensão entre a Arábia saudita e o Irão, acusado por Riade de fornecer mísseis aos rebeldes iemenitas xiitas hutis.
Em Paris, o ministro francês dos Negócios estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, em declarações à imprensa, em sintonia, com o Presidente Macron, afirmou, que o primeiro-ministro, libanês, era "livre dos seus movimentos" na Arábia saudita, e que se tinha demitido das suas funções, na véspera da visita surpresa a Riade do chefe de Estado francês.
"Ele demitiu-se o que é da sua responsabilidade e aliás viajou para Abu Dhabi, na véspera da passagem do presidente Macron e portanto pensamos que ele é livre dos seus movimentos e compete a ele e só ele que faça as suas escolhas."
"O assunto que nos preocupa é a estabilidade do Líbano e o facto que haja verdadeiramente uma solução política que seja rapidamente implementada".
Jean-Yves Le Drian, ministro francês dos Negócios estrangeiros
De notar enfim, que o presidente francês, Emmanuel Macron, abordou, ainda, em Riad", com o príncipe saudita, Salman, a preservação do acordo nuclear iraniano de 2015.
Acordo, que foi assinado com o Irão, pelo ex-presidente americano, Obama, mas que é rejeitado pelo actual Presidente americano, Donald Trump, que apoia o Príncipe Salman, novo homem forte, na Arábia saudita, mas jovem inexperiente e incompetente, segundo certos analistas americanos.
O Presidente francês, Macron, recusou, porém, qualquer tipo de "ingenuidade em relação ao Irão", considerando, ser "indispensável enquadrar a hegemonia iraniana", na região.
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