Catalunha contesta detenções
Em Espanha, milhares de catalães saíram às ruas de Barcelona nesta quarta-feira em protesto contra a detenção de 13 membros do governo desta região, que pretende organizar um referendo de autodeterminação proibido pela Justiça.
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A Catalunha acordou hoje com um novo ataque do governo espanhol à realização do desejado referendo independentista. Ao início desta manhã, a Guarda Civil espanhola começou uma ronda de dezenas de buscas, realizadas em sedes do governo autónomo catalão – a Generalitat – e empresas privadas.
Até ao momento, terão havido 12 detenções, entre membros da equipa do governo designada para organizar o referendo e empresários particulares que estarão a apoia-lo. Foram ainda apreendidos quase 10 milhões de boletins de voto num armazém em Biells, província de Barcelona, que poderiam ser a totalidade de boletins impressos para o referendo de 1 de Outubro. Já ontem tinha sido notícia a apreensão de cerca de 50.000 cartas destinadas aos cidadãos sorteados para formarem as mesas eleitorais e de milhares de folhetos propagandísticos.
As reacções à actuação do governo espanhol não se fizeram esperar, com manifestações convocadas um pouco por toda a Catalunha. Também Carles Pugdemont, presidente da Generalitat, reafirmou a vontade do governo catalão de celebrar o referendo independentista de 1 de Outubro. O presidente do governo autónomo catalão acusa o governo espanhol de ser “uma vergonha democrática” e de ter ordenado uma “agressão coordenada pelas forças policiais do Ministério do Interior”.
Mariano Rajoy, por seu lado, reuniu-se esta manhã com Pedro Sanchéz, do PSOE, e Albert Rivera, de Ciudadanos. O primeiro-ministro espanhol, que nesta matéria conta com o apoio dos dois líderes dos partidos de oposição, informou ambos dos passos que pretende dar para afrontar a realização do referendo independentista. Já Pablo Iglesias, líder de Podemos, manifestou-se a favor dos independentistas e denunciou que “em Espanha ainda há presos políticos”.
Para esta tarde, está agendada em Madrid uma manifestação de solidariedade com Catalunha, com presenças confirmadas de políticos de Podemos, Esquerda Unida e En Comú Podem.
Confira aqui a correspondência de Madrid de Miguel Araújo.
Correspondência de Espanha
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