Acesso ao principal conteúdo
Angola / Moçambique

Coreia do Norte : Angola e Moçambique violam embargo ?

Angola é apontada como um dos países que, nos últimos meses, poderá ter comprado armas à Coreia do Norte, violando o embargo imposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) para desencorajar Pyongyang a prosseguir com o programa nuclear. A informação consta de um relatório elaborado por um painel de oito especialistas, divulgado Sábado, e a que a RFI teve hoje acesso.

Conselho de segurança da ONU decide sanções contra Coreia do Norte pelas suas provocaações nucleares
Conselho de segurança da ONU decide sanções contra Coreia do Norte pelas suas provocaações nucleares REUTERS/Shannon Stapleton
Publicidade

Especialistas da ONU, que monitorizam a aplicação das sanções, indicaram no relatório divulgado que o Governo de Kim Jong-un continua a ignorar as sanções sobre mercadorias, bem como o embargo de armas e restrições relativas ao transporte e atividades financeiras.

No que toca a violações do embargo de armas, o painel disse estar a conduzir investigações em Angola, Moçambique, Congo, Eritreia, Namíbia, Tanzânia e Uganda, bem como na Síria.

"O painel continua a sua investigação sobre se a guarda presidencial de Angola, e outras unidades, foram treinadas por pessoas da República Democrática Popular da Coreia, bem como sobre diplomatas do país acreditados em Angola, que trabalham para a Green Pine Corporation, incluindo o Mr. Kim Hyok Chan e o Mr. Jon Chol Young", lê-se no relatório.

Segundo a ONU, a Green Pine Corporation é responsável por quase metade das armas exportadas pela Coreia do Norte. A empresa é alvo de sanções da comunidade internacional desde 2012.

Os especialistas da ONU acreditam que Kim Hyok Chan, um dos coreanos que tem visto de diplomata em Angola, "é o representante da Green Pine Corporation, responsável pela remodelação dos navios da República Democrática Popular da Coreia, que violou as resoluções" internacionais e que Kim viajou com o seu colega Jon Chol Young entre Angola e o Sri Lanka numa "tentativa falhada" de vender navios militares. O relatório nota que "Angola ainda não respondeu às perguntas do painel."

Quanto a Moçambique, o painel de oito especialistas investiga a venda de um sistema de defesa área portátil, mísseis superfície-ar e um radar, uma operação feita entre a empresa coreana Haegeumgang Trading Corporation e a "Monte Binga", uma empresa controlada pelo Governo moçambicano.

"Moçambique ainda não forneceu uma resposta substantiva ao inquérito deste painel. Dois Estados-membros declararam que a Haegeumgang está ativa em Moçambique e o no país vizinho da Tanzânia. Um Estado-membro especificou que a Haegeumgang forneceu o mesmo tipo de mísseis superfície-ar a Moçambique e à Tanzânia", lê-se no relatório.

Correspondência de Daniel Frederico, em Luanda, para a RFI

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.