Luisa Ortega entra em colisão com Maduro
A Procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, recusou comparecer diante do Supremo Tribunal, por considerar que o processo e a sua futura destituição já foram decididos.
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"Eu não me vou submeter a este tribunal ilegítimo e inconstitucional", declarou Luisa Ortega diante da imprensa.
"O Supremo Tribunal vai perpetuar uma nova violação (da lei) ao anular a última instituição capaz de defender as pessoas e os manifestastes", afirmou.
A Venezuela que vive nos últimos três meses uma onda de manifestações que já provocaram a morte a pelo menos 90 pessoas, de acordo com o último balanço.
"Foi por esta razão que eu decidi não comparecer. Eu não vou validar um farsa que vai manchar a nossa história de vergonha, de dor e cuja decisão já é conhecida", acrescentou
A Procuradora-geral devia ter comparecido, esta terça-feira, diante do Supremo Tribunal que se devia pronunciar-se sobre as acusações feitas a Luisa Ortega e que deveriam conduzir à sua destituição.
Luisa Ortega é acusada de ter cometido "erros graves no exercício da sua função". As acusações são feitas pelo deputado Pedro Carreño do partido socialista, que decidiu avançar com a queixa.
O deputado exige igualmente que seja examinada a saúde mental da Procuradora " está claro que esta senhora não está em posse de todas as suas faculdades", refere Pedro Carreño.
Em causa estão as críticas que a Procuradora-geral tem feito ao Presidente Nicolás Maduro. O regime receia que as palavras da Procuradora possam vir a aumentar as dissidências entre os chavistas.
Alguns analistas acreditam que Luisa Ortega está a tentar criar divisões no seio do partido "privando Nicolás Maduro da legitimidade que lhe deu Hugo Chávez", o seu mentor político.
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