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Qatar

Qatar acusado de promover terrorismo

Crise política e diplomática no mundo mulçulmano, após vários países, como a Arábia saudita, o Egitpto ou os Emirados árabes unidos, terem cortado relações diplomáticas, com o Qatar, acusado de apoiar o terrorismo xiita e o dos irmãos muçulmanos.

O Emir do Qatar com o presidente americano, Trrump, a 21 de maio de  2017, em Riad.
O Emir do Qatar com o presidente americano, Trrump, a 21 de maio de 2017, em Riad. REUTERS/Jonathan Ernst/File Photo
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A Arábia saudita, o Egipto, os Emirados árabes Unidos e o Bahrein, ou Barém, cortaram hoje (5) as suas relações diplomáticas, com o Qatar, acusado de promover terrorismo, o que provocou uma crise diplomática sem precedentes entre grandes potências do mundo árabo-muçulmano.

O Irão xiita, inimigo jurado de Riad, alvo igualmente da iniciativa reagiu acusando o presidente americano, Donald Trump, de estar por trás desta iniciativa, pois, visitou em fins de maio a Arábia saudita.

A crise ameaça o prestígio internacional do Qatar, onde se encontra uma importante base do exército americano, e que deve organizar o campeonato do mundo de futebol, em 2022.

A nível político lança uma grande confusão no seio do Conselho de cooperação do Golfo. Há uma mudança no equilíbrio de poderes no Golfo, por causa do novo presidente americano, Donald Trump, hostil ao Islão político e ao Irão, afirmam analistas de estratégia militar.

O presidente americano está totalmente de acordo com Abu Dabi e Riad, que não querem compromissos nem com o Irão, nem com o Islão político, nomeadamente, dos Irmãos muçulmanos do Egipto.

O Conselho do Golfo vinha há muito tempo acusando o Qatar, de apoiar os Irmãos muçulmanos e organizações próximas do Irão, na província saudita xiita  mas também em Bahrein. 

Ainda sobre este corte de relações diplomáticas, também o Iémen, o governo líbio no exílio, no leste da Líbia e as Maldivas, romperam com o Qatar, que foi igualmente excluído da coligação militar presente, no Iémen.

Os cidadãos do Qatar têm duas semanas  para abandonarem a Arábia saudita, os Emirados árabes Unidos e o Barhein.

Os 3 países, assim como o Egipto,  suspenderam igualmente todos os meios de transporte com destino ou proveniente do Qatar.

O Egipto, por seu lado, deu 48 horas ao embaixador do Qatar para abandonar o território egípcio.

Já em 2014, os 3 países do Golfo tinham retirado os seus embaixadores de Doha, criticando o Qatar pelos seus laços com os Irmãos muçulmanos no seguimento do derrube do presidente egípcio, Mohamed Morsi, membro da confraria.

No passado, Qatar "apoiou múltiplos grupos terroristas e religiosos que visam destabilizar a região, entre eles, a Irmandade muçulmana egípcia, o jiadista Estado islâmico ou Al Qaeda, afirma a agência noticiosa saudita, SPA. 

O emirado Qatar, que tenta mediar conflitos na região, diz ser vítima de uma campanha de enfraquecimento e rejeita qualquer ingerência nos assuntos internos dos seus vizinhos do Golfo.

Para o Irão, a medida é injusta e apoia-se em afirmações e alegações sem qualquer base factual e nenhum país da região sairá a ganhar com o agravamento da situação.

Também a Turquia, reagiu quase no mesmo sentido, ela que é proóxima dos Irmãos muçulmanos e do Qatar.

Para o secretário geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, é lamentável que as tensões tenham chegado a esse ponto de ruptura de relações diplomáticas e mostrou-se preocupado com as consequências que isso tem para o mundo árabe.

Entrevistado em Sydney, na Austrália, o chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, apelou os países do Golfe a ultrapassarem as suas divergências e garantiu que a crise não afectará a luta contra o terrorismo.

Enfim, a Rússia reagiu, igualmente, desejando que a situação permaneça "estável e pacífica".

01:36

João Matos sobre Qatar e o Terrorismo

 

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