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Mundo

Purga contra quase 4.000 funcionários turcos

Quase quatro mil funcionários foram despedidos na Turquia. Na maioria são trabalhadores do Ministério da Justiça e das Forças Armadas, que viram os seus nomes publicados num decreto do jornal oficial do governo.

primeiro-ministro turco Binali Yildirim
primeiro-ministro turco Binali Yildirim Reuters
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3.974 funcionários públicos foram demitidos, incluindo 1.000 funcionários do Ministério da Justiça e mais de 1.000 trabalhadores do exército, de acordo com o decreto, que inclui o nome de todos os funcionários abrangidos.

A Turquia encontra-se sob estado de emergência desde o fracassado golpe de Estado há nove meses, a 15 de Julho de 2016, atribuído pelo regime aos simpatizantes de Fethullah Gulen, líder religioso turco exilado nos Estados Unidos, cujo movimento tinha grande influência em muitos sectores do país.

Entre os demitidos encontram-se mais de 100 pilotos da Força Aérea, e quase 500 professores e académicos que trabalham em instituições públicas.

Há três dias, o governo do Presidente Recep Tayyip Erdogan tinha anunciado a detenção de outras 1.000 pessoas e a suspensão de mais de 9.100 policiais.

Segundo a especialista do Médio Oriente e professora na Escola de Altos Estudos de Paris, Djanira Couto, esta medida confirma as promessas feitas pelo Presidente turco durante o referendo, há duas semanas, através do qual viu reforçados os poderes presidenciais.

08:36

Especialista do Médio Oriente, Djanira Couto

Fethullah Gullen afirmou, nos Estados Unidos, que o seu movimento, que representa uma espécie de irmandade religiosa, não tem nada a ver com a tentativa de golpe.

Num outro decreto emitido hoje foi anunciado que os programas onde as pessoas, na sua maioria jovens, participam para procurar amizades ou relacionamentos não podem continuar a ser transmitidos; "nos serviços de rádio e televisão, estes programas onde as pessoas se apresentam para encontrar amigos (...) não podem ser permitidos", explicou o decreto oficial.

Em Março passado, o vice-primeiro-ministro, Numan Kurtulmus, já tinha anunciado que o Governo preparava esta proibição por motivos morais; "há alguns programas raros que prejudicam a instituição da família e acabam com sua nobreza e santidade", explicou Kurtulmus.

Recorde-se que o Presidente turco conseguiu há duas semanas, a 16 de Abril, através de um referendo, ampliar os seus poderes substancialmente.

A autoridade turca de tecnologias de informação e comunicação (BTK) também anunciaram a proibição do acesso à enciclopédia virtual Wikipedia.org até nova ordem. Segundo alguns meios de comunicação turcos, a Wikipedia é acusada de manter conteúdos que promovem o terror e acusam a Turquia de prestar apoio a vários grupos grupos terroristas.

O fundador do Wikipedia, Jimmy Wales, já respondeu através da plataforma Twitter que "o acesso à informação é um direito humano fundamental. Sempre estarei ao seu lado, povo turco, para lutar por esse direito".

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