A purga política continua na Turquia
O Secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu hoje à Turquia que "respeite plenamente o Estado de direito", um dia após as detenções de mais de mil pessoas, supostamente partidárias do imã Fethullah Gülen, acusado de ter concebido a tentativa de golpe de Estado de Julho do ano passado.
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"É certo que a Turquia tem o direito de se defender e de perseguir quem está por trás do golpe de Estado falhado, mas isto só deve acontecer com o pleno respeito do Estado de direito", declarou Stoltenberg.
A Turquia anunciou ontem, a suspensão de 9.103 agentes da polícia, por supostamente terem ligações com o imã islamita Fethullah Gülen, que Ancara acusa de ter organizado a tentativa de golpe de Estado de Julho do ano passado.
Horas antes deste anúncio, as autoridades turcas tinham detido mais de mil pessoas, durante uma operação contra supostos membros do movimento de Gülen, que vive exilado nos Estados Unidos.
Estas detenções são possíveis graças às prerrogativas do estado de emergência decretado depois da fracassada tentativa de golpe de Estado de Julho de 2016, e permite oficialmente ao governo turco efectuar acções excepcionais para garantir a segurança.
O ministro do Interior turco, Süleyman Soylu, declarou que as forças de segurança e o aparelho judicial "deram um passo importante para descobrir e destruir uma estrutura que infelizmente se infiltrou na nossa direcção de segurança".
Mas estas acções mais parecem uma gigantesca purga : Entre as 40.000 pessoas que esperam julgamento na prisão, há 10.000 agentes da polícia, 7.000 soldados, 168 generais, e 2.000 juízes e procuradores. E o Governo turco suspendeu também, por decreto, 140.000 funcionários públicos por supostos vínculos com a citada organização islamita.
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