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França

O programa "radical" de François Fillon

Começou ontem a corrida para a segunda volta das primárias da direita e do centro aqui em França, na perspectiva das eleições presidenciais do ano que vem, o voto definitivo sobre o candidato da direita tradicional devendo decorrer no próximo Domingo. Para esta segunda volta qualificaram-se os antigos Primeiros-Ministros François Fillon e Alain Juppé, respectivamente com um pouco mais de 44% e 28,6% dos votos. De fora ficou um dos grandes favoritos, o antigo Presidente Nicolas Sarkozy, que anunciou logo após a confirmação da sua derrota a sua retirada da vida política e o seu apoio à candidatura do seu antigo Primeiro-Ministro, François Fillon.

O antigo Primeiro-Ministro François Fillon.
O antigo Primeiro-Ministro François Fillon. REUTERS/Thomas Samson/Pool
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Considerado por Nicolas Sarkozy como um "colaborador" na época em que era o seu Primeiro-Ministro, François Fillon afirmou-se nestas primárias contra todos os prognósticos que davam o antigo presidente Sarkozy ou o seu mais directo adversário, Alain Juppé, como grandes favoritos. O seu programa qualificado pela esquerda e até por alguns sectores de direita como sendo "radical", "irrealista" e "ultraliberal" prevê nomeadamente a poupança de 100 mil milhões de Euros em despesas públicas no espaço de cinco anos.

O antigo Primeiro-Ministro de Nicolas Sarkozy que enquanto estava em funções afirmava que a França estava à beira da falência pretende realizar essas economias com a supressão 500 mil postos de trabalho na função pública, através nomeadamente do aumento do tempo semanal de trabalho das actuais 35 horas para as 39 que chegaram a vigorar no passado, o tempo de trabalho no sector privado podendo ir além desse patamar, consoante as negociações empresa por empresa.

Em termos de fiscalidade, Fillon pretende uma redução dos impostos sobre os rendimentos, a diminuição em 40 mil milhões de Euros de taxas e encargos para as empresas, assim como a supressão do imposto sobre a fortuna. Já relativamente ao IVA, Fillon encara o seu aumento.

Acerca da imigração, Fillon propõe um sistema de cotas, os estrangeiros instalados em França só podendo vir a beneficiar de ajudas a partir de dois anos no território francês em situação regular. No respeitante à segurança, Fillon propõe um reforço dos meios da polícia, defesa e justiça com a injecção de 12 mil milhões de Euros. Fillon quer igualmente que quem for fazer o jihad não possa mais regressar a França e que os estrangeiros que estejam ligados ao terrorismo sejam expulsos.

No tocante a questões como a religião e a família que têm agitado o debate público, se for eleito Presidente, François Fillon não tenciona restringir a exibição de símbolos religiosos no espaço público, mas quer reformas no Conselho Francês do Culto Muçulmano. Por outro lado, embora não pretenda voltar atrás quanto à lei sobre o aborto, Fillon pronunciou-se contra essa prática, o antigo chefe do governo tendo igualmente referido que deseja restringir o direito à adopção para os casais homossexuais.
 

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