Síria: retoma de combates e acusações mútuas
A ofensiva aérea das forças sírias e dos seus aliados contra os rebeldes que lutam contra o regime do Presidente Bashar al-Assad obriga a população de Aleppo a refugiar-se nas suas casas. Segundo as agências noticiosas, mais de duas dezenas de civis morreram durante os bombardeamentos e prédios foram destruídos. As Nações Unidas tentam reactivar os canais diplomáticos, na esperança de contribuir para um novo cessar-fogo.
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A batalha pelo controlo de Aleppo , prossegue com a intensificação dos bombardeamentos aéreos pelas forças governamentais sírias.
Neste sábado, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres, afirmou que na cidade, tida como estratégica para o poder de Damasco, morreram pelo menos 25 civis, bem como foram destruídos prédios.
Segundo a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para as Crianças) regista-se a falta de água potável nas zonas de Aleppo controladas pelas milícias em luta contra o regime do Presidente Bashar Al-Assad. A agência informou que a única alternativa é o consumo de água contaminada dos poços, o que poderá pôr em perigo,a sobrevivência das crianças da cidade.
Segundo observadores, o fracasso das negociações entre o Secretário de Estado americano, John Kerry e o ministro dos negócios estrangeiros russo, Sergëi Lavrov, para relançar a trégua entre os protaganistas, assinala uma nova etapa dramática da guerra civil síria.
Moscovo e Washington acusam-se mútuamente de não exercer pressão sobre os seus protegidos sírios, para que seja restabelecido um cessar-fogo duradoiro, visando a retoma das negociações de paz entre o poder de Dasmasco e os grupos rebeldes.
John Kerry declarou que os Estados Unidos esperam relançar um diálogo construtivo com a Rússia para estabelecer uma nova trégua.
O seu homólogo russo, Sergëi Lavrov considerou insensato um novo cessar-fogo,uma vez que, segundo ele, os Estados Unidos não conseguiram separar os rebeldes moderados dos jiadistas, em luta contra o governo sírio.
Na sua intervenção diante da Assembleia Geral da ONU, o representante da Síria acusou a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos de ter realizado intencionalmente o bombardeamento, durante o qual morreram cerca de 80 militares no dia 17 de Setembro, numa base aérea síria próxima da cidade de Deir Ezzor, no leste do país.
Segundo os analistas, o citado ataque teria contribuído para precipitar o fim da trégua no longo conflito sírio.
O chefe da diplomacia sírio, Walid Muallem, imputou a responsabilidade do ataque, que ele qualificou de agressão, aos Estados Unidos.
Muallem criticou também severamente o Qatar e a Arábia Saudita a quem ele acusa de enviar para a Síria mercenários equipados com armas sofisticadas para lutar contra o governo do Presidente Bashar al-Assad.
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