Acesso ao principal conteúdo
Portugal / África Lusófona

Morte de António Almeida Santos

O presidente honorário do Partido Socialista Português, António Almeida Santos, morreu na noite de segunda-feira em sua casa, em Oeiras nas imediações de Lisboa, aos 89 anos de idade. De acordo com a família, o político sentiu-se mal após o jantar e ainda chegou a ser assistido na sua residência. Este membro fundador do PS que teria completado 90 anos a 15 de Fevereiro, já tinha sido submetido a duas cirurgias cardiovasculares.  

António Almeida Santos
António Almeida Santos DR
Publicidade

Nascido no concelho de Seia, no centro de Portugal, em 1926, António Almeida Santos estudou direito em Coimbra e concluiu o curso em 1950, seguindo para Moçambique em 1953 onde exerceu advocacia na então Lourenço Marques (actual Maputo). Durante os mais de vinte anos em que permaneceu em Moçambique, Almeida Santos ilustrou-se igualmente pela sua intensa actividade cívica e política tendo nomeadamente integrado o chamado Grupo dos Democratas de Moçambique.

Após o 25 de Abril de 1974, Almeida Santos regressou a Portugal onde integrou as autoridades provisórias resultantes da Revolução dos Cravos. Nessa época, na qualidade de ministro da Coordenação Interterritorial, este responsável político coordenou o processo de descolonização.

Depois deste período, António Almeida Santos foi titular de diversas pastas ministeriais, foi candidato a Primeiro-Ministro em 1985, foi deputado, tornou-se presidente da Assembleia da República em 1995 e ao longo destes anos nunca deixou de ser um dos pilares da vida política do seu país.

A sua morte foi acolhida com pesar tanto pelos dirigentes do seu partido como pelo Presidente português que enalteceu o seu percurso. No mesmo sentido, foram inúmeras as homenagens prestadas hoje por vários dirigentes lusófonos, nomeadamente o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, que destacou o seu papel na defesa das causas dos povos das antigas colónias de Portugal. O Primeiro-ministro de Cabo Verde referiu que se perdeu um "grande cidadão lusófono", o vice-presidente do MPLA, partido no poder em Angola, evocou o "militante activo da luta anticolonial", e na mesma linha, o antigo Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, também destacou o papel de Almeida Santos para a descolonização e independência de Moçambique há um pouco mais de 40 anos.

01:14

Antigo Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, em declarações recolhidas por Orfeu Lisboa

Segundo informou a família, o corpo de Almeida Santos encontra-se em Câmara ardente na Basílica da Estrela em Lisboa desde o final desta tarde, seguindo amanhã à tarde para o cemitério do Alto de São João.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.