Comunidade internacional tem até esta terça-feira para concluir acordo sobre nuclear iraniano
As negociações para um acordo sobre o futuro do programa nuclear iraniano entraram em uma fase decisiva em Lausanne, na Suíça, onde representantes da comunidade internacional e de Teerã estão reunidos. O grupo tem até esta terça-feira (31) para chegar a um consenso sobre as sanções impostas pelos ocidentais visando impedir que Teerã continue sua atividade atômica.
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Com informações de Sami Boukhelifa, enviado especial da RFI a Lausanne
O Irã e as grandes potências internacionais do grupo 5+1 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, Rússia, China, França e Alemanha) haviam se comprometido a chegar a um primeiro acordo sobre o programa nuclear iraniano até dia 31 de março de 2015, visando um compromisso global para 30 de junho. Em entrevista à imprensa norte-americana, John Kerry disse que o grupo pretendia trabalhar a noite inteira e continuar os debates durante o dia para conseguir algo concreto. Mas segundo o representante de Washington, que anulou uma viagem prevista para esta segunda-feira para continuar as negociações, “ainda há pontos difíceis”. Já os chefes da diplomacia da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e da China, Wang Yi, se mostraram otimistas e falam de progressos nas conversas.
Mesmo assim, o ministro alemão, mas também o chanceler francês, anularam viagens marcadas para terça-feira para poderem acompanhar as discussões. O chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, deixou Lausanne na segunda-feira, mas também prometeu voltar para a cidade suíça antes do prazo final.
Pontos de divergência
Um dos pontos delicados é o estoque de urânio enriquecido e o número de centrífugas em atividade no Irã. Entre as opções em pauta, as potências mundiais propõem que a carga seja transferida para a Rússia e que o volume de equipamentos seja dividido por três. Teerã não concorda com a solução.
A duração do acordo também é fonte de divergências. Se o 5+1 propõe que as condições do texto sejam mantidas e controladas pela comunidade internacional durante 15 anos, Teerã pede que as medidas permaneçam em vigor por menos de uma década.
Sanções internacionais no centro do debate
Mas o tema mais delicado é o fim das sanções norte-americanas, européias e das Nações Unidas, atualmente em vigor contra o Irã. Teerã pede que as restrições, que sufocam a economia do país, sejam retiradas imediatamente. Já os membros do 5+1 insistem em um fim de sanções progressiva.
A comunidade internacional suspeita que o Irã use seu programa nuclear para fabricar a bomba atômica. Teerã nega a acusação e afirma que sua atividade no setor é apenas civil.
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