Ataque terrorista em tribunal de Istambul termina com três mortos
Dois homens invadiram um tribunal de justiça em Istambul, na Turquia, onde detiveram um procurador como refém. A polícia atacou o local após várias horas de negociação. O episódio terminou com a morte do magistrado e dos dois criminosos, que faziam parte de um grupo de extrema-esquerda.
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A polícia negociou durante mais de cinco horas com os terroristas, que mantinham o procurador Mehmet Selim Kiraz como refém desde o início da tarde desta terça-feira (31). Durante a operação de resgate o magistrado foi atingido na cabeça e no peito e não resistiu aos ferimentos. Os dois criminosos também foram mortos quando a polícia invadiu o tribunal de Caglayan, situado na parte europeia de Istambul.
Segundo informações divulgadas pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan, os terroristas entraram no prédio vestidos de toga, traje usado pelos advogados e magistrados durante as audiências. Durante as negociações, os dois homens disseram fazer parte do grupo marxista clandestino DHKP-C (Frente revolucionária de liberação do povo, na sigla em turco).
Terroristas acusam polícia da morte de adolescente
O grupo de extrema-esquerda, conhecido por ter cometido vários atentados na Turquia desde os anos 1990, publicou nas redes sociais fotos do refém com uma arma apontada para a cabeça. O procurador era o responsável pelo processo sobre a morte de Berkin Elvan, um adolescente atingido por uma granada de gás lacrimogêneo lançada pela polícia durante uma manifestação em Istambul, em junho de 2013.
Segundo a imprensa local, os dois terroristas exigiam que os policiais, apontados como responsáveis pela morte do jovem, fizessem uma “confissão pública”. Em março de 2014, quando a morte de Elvan foi anunciada, centenas de milhares de pessoas manifestaram nas ruas da Turquia. O caso se tornou um símbolo da violenta repressão exercida pelo poder em 2013 no país.
“Nós consideramos que esse ataque visava não apenas o procurador Mehmet Selim Kiraz, mas também a justiça, a democracia e todos os cidadãos da Turquia”, declarou o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu.
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