Acesso ao principal conteúdo
Israel/Palestina

Israel aprova ocupação por colonos judeus de casa disputada na Cisjordânia

O ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon, aprovou neste domingo o retorno de colonos judeus a uma casa de quatro andares contestada em Hebron, na Cisjordânia ocupada. "Após decisão da Suprema Corte, o ministro aprovou hoje a ocupação da 'casa' por seus compradores", indicou o ministério em comunicado, assinalando que "um pequeno número de famílias" ocupará o imóvel. De acordo com a rádio militar israelense, três famílias já haviam se mudado para o local no início da tarde de domingo.

Foto de arquivo mostra assentamentos judaicos sendo construídos na Cisjordânia
Foto de arquivo mostra assentamentos judaicos sendo construídos na Cisjordânia REUTERS/Amir Cohen
Publicidade

A Suprema Corte determinou no dia 11 de março que os colonos são os proprietários legais do imóvel situado entre a Cidade Velha de Hebron e a colônia de Kiryat Arba, na Cisjordânia, no enclave chamado de "zona H2", que está sob proteção de milhares de soldados israelenses.

Precedente perigoso

De acordo com a ONG pacifista "Breaking the Silence" (Quebrando o silêncio, em tradução livre), esta é a primeira vez desde 1980 que as autoridades israelenses autorizam o estabelecimento de uma nova colônia em Hebron. A decisão, que aumentará a presença militar na região e provavelmente causará o fechamento de estradas e comércio, acontece em um momento de impasse das negociações de paz entre Israel e Palestina e três dias depois de Tel Aviv adotar uma nova leva de sanções econômicas contra os palestinos.

"O ministério da Defesa e o governo provaram com esta decisão que não tem interesse em uma solução bilateral ou negociada", declarou Lior Amihai, porta-voz da Paz Agora, uma ONG israelense anticolonização. "Trata-se de uma decisão triste que conforta a ala mais à direita e mais radical dos colonos, que acaba de receber uma nova implantação", afirmou.

Sete anos de disputa

O parecer israelense encerra quase sete anos de procedimentos legais tomados pela família Rajabi, os antigos proprietários palestinos da casa, que denunciam uma fraude dos colonos que se instalaram por lá em 2007. A "Casa escura", como é chamada no jargão da administração israelense, foi apelidada de "casa do conflito" e "casa da paz", pelos colonos. De acordo com a Corte, ela foi vendida em 2004 por seus proprietários palestinos a colonos, por intermédio de "um homem de compleição não judia".

Em 2012, a Justiça israelense havia determinado a desocupação da casa, depois de uma invasão de cerca de 20 colonos judeus, mas a decisão foi anulada diretamente pelo premiê Benjamin Netanyahu, que alegou que os invasores precisavam de mais tempo para exigir legalmente seu direito de permanecer no imóvel.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.