Mais próximo dos EUA, Irã festeja 35 anos da Revolução Islâmica
Milhares de pessoas saem às ruas do Irã nesta terça-feira (11) para comemorar os 35 anos da Revolução Islâmica. O evento é a celebração máxima da ideologia do regime. Mas, neste ano, a festa acontece em meio a uma grande mudança em Teerã. Essa é a primeira vez desde a revolução que o Irã está dialogando diretamente com os Estados Unidos.
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No dia 11 de fevereiro de 1979, o aiatolá Khomeini proclamou a vitória da Revolução Islâmica contra a monarquia. Era o fim da aliança do Irã com o Ocidente e o início de muita tensão. Desde então, iranianos e americanos viraram inimigos mortais principalmente depois da tomada da embaixada dos EUA em Teerã. O aiatolá Khomeini chamava o governo americano de "Grande Satã".
Nos anos 80, os Estados Unidos apoiaram o Iraque de Saddam Hussein quando ele atacou o Irã numa guerra que matou um milhão de pessoas. Khomeini morreu em 1989 e os iranianos se aproximaram da Europa. Mas, com os Estados Unidos a relação continuou péssima, principalmente sob a presidência americana de George W. Bush.
Hoje em dia, no entanto, as coisas são bem diferentes. Diplomatas iranianos e americanos já conversam e posam para fotos. Em setembro passado, os presidentes Hassan Rohani e Barack Obama até se falaram por telefone. O resultado mais visível desse diálogo é um histórico acordo para tentar pôr fim ao litígio sobre o dossiê nuclear iraniano.
Essa reviravolta tem várias razões. A primeira é a eleição de Hassan Rohani à presidência do Irã em junho. Rohani prometeu acabar com as sanções que devastam a economia iraniana e, para isso, ele fez concessões nucleares. Pelo lado americano, Obama aposta que o Irã pode ser um parceiro estratégico no Oriente Médio e no Afeganistão.
Mas ainda há muita gente torcendo contra uma reaproximação. Também é certo que atritos continuarão como no caso da Síria ou da Palestina. De todo modo, Irã passa por grandes mudanças. A esperança de muitos iranianos é que essas mudanças na frente externa abram caminho para reformas internas. Dentro de casa, porém, a repressão continua.
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