Vítimas da guerra na Síria vão receber US$ 2,4 bilhões, menos do que esperava ONU
Os doadores para as vítimas da guerra na Síria, reunidos nesta quarta-feira (15), no Kuwait, prometeram ajuda financeira em torno de US$ 2,4 bilhões (cerca de 5,6 bilhões de reais), bem abaixo dos US$ 6,5 bilhões (cerca de 15,3 bilhões de reais) esperados pela ONU. O montante foi anunciado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao final da reunião.
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Desde o início da revolta contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, em março de 2011, a violência no país causou mais de 130 mil mortes, além de ter deixado 2,4 milhões de refugiados.
Ao fazer o anúncio das promessas no total de mais de US$ 2,4 bilhões, Ban ressaltou diante dos representantes de 70 países que a situação na Síria se deteriorou dramaticamente em um ano. Em janeiro de 2013, a ONU citava quatro milhões de sírios que precisavam de ajuda e 700 mil refugiados. Agora, disse o responsável da ONU, "a metade da população síria, quase 9,3 milhões de pessoas, precisa de ajuda humanitária urgente, e quase a metade é de crianças".
Quantias
O Kuwait anunciou a maior contribuição, com US$ 500 milhões, seguido pelos Estados Unidos, que se comprometeram a doar US$ 380 milhões. A Grã-Bretanha ofereceu uma ajuda de US$164 milhões e o Japão doou US$ 120 milhões. Já a Noruega vai contribuir com US$ 75 milhões, enquanto Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos prometeram US$ 60 milhões cada.
"Estou profundamente perturbada com informações persistentes sobre povoados sem comida em zonas sitiadas, onde vivem cerca de 245.000 pessoas", denunciou nesta quarta-feira Valerie Amos, coordenadora de Assuntos Humanitários da ONU.
Os confrontos entre jihadistas e rebeldes são cada vez mais intensos. Pelo menos 26 pessoas, em sua maioria rebeldes, morreram em um atentado com carro-bomba nesta quarta-feira no norte da Síria, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Genebra II
Ban Ki-moon também expressou a esperança de que Genebra II consiga "parar a violência" e criar "um governo de transição dotado de poderes executivos" na Síria. Enquanto a oposição síria no exílio ainda não confirmou sua participação, a oposição interna, tolerada pelo regime, anunciou nesta quarta que não vai participar da conferência de paz, denunciando que o futuro dos sírios já foi decidido pela potências estrangeiras.
Em contrapartida, a Rússia e o emissário da Liga Árabe e da ONU, Lakhdar Brahimi, desejam a participação de Teerã, à qual os Estados Unidos se opõem. O governo iraniano é o principal aliado regional do regime de Assad.
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