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Bangladesh/Eleições

Violência marca eleições em Bangladesh

O Bangladesh foi palco neste domingo, 5 de janeiro de 2014, de uma nova explosão de violência que deixou ao menos 18 mortos. Durante as eleições legislativas boicotadas pela oposição, milhares de locais de votação foram incendiados.

A vigilância do exército não impediu que muitos locais de votação fossem atacados em Bangladesh neste domingo, 5 de janeiro de 2014.
A vigilância do exército não impediu que muitos locais de votação fossem atacados em Bangladesh neste domingo, 5 de janeiro de 2014.
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Não há nenhuma incerteza quanto ao resultado das eleições, já que a Awami League no poder e seus aliados não tinham adversários em 153 das 300 zonas eleitorais. No que diz respeito às outras cadeiras, o partido no poder teria conquistado 59 e seus aliados 19, segundo uma apuração parcial.

A oposição decidiu neste domingo convocar uma nova greve de 48 horas para protestar contra "a farsa eleitoral" e a repressão que deixou, de acordo com ela, 22 mortos em suas fileiras.

Milhares de militantes contrários à primeira-ministra Sheikh Hasina Wajed incendiaram ou vandalizaram mais de 200 locais de votação e ao menos 18 pessoas morreram desde sábado à noite, segundo um balanço provisário da polícia.

Duas das pessoas assassinadas foram espancadas até a morte enquanto tentavam proteger locais de votação em distritos do norte do país, onde a oposição nacionalista é fortemente enraizada.

As outras vítimas fatais são militantes da oposição mortos pelas forças de segurança e um motorista de caminhão que morreu em seu veículo incendiado por atacantes.

A participação pode ficar abaixo dos 26% registrados em 1996 durante uma eleição fraudulenta. O resultado final deve ser divulgado na manhã desta segunda-feira.

Violência

Cerca de 50 mil soldados haviam sido mobilizados para estas eleições devido ao temor de novas violências, após uma campanha agressiva e meses de greves, manifestações e bloqueios que causaram a morte de 150 pessoas.

O Bangladesh registrou em 2013 a onda de violência mais sangrenta desde sua criação em 1971, após a independência do Paquistão. Segundo uma ong, os atos de violência teriam matado até 500 pessoas desde janeiro o ano passado.

A oposição exigia a instalação de um governo provisário neutro antes da organização de eleições, como já aconteceu no passado, mas o governo recusou.

A primeira-ministra, Sheikh Hasina Wajed, já sabia que permaneceria no cargo depois que a líder da oposição, sua rival histórica Khaleda Zia, decidiu boicotar as eleições.

Os Estados Unidos, o Commonwealth e a União Europeia se declararam muito preocupados com o risco de conflitos nesse país de 154 milhões de habitantes, o oitavo mais populoso do mundo, que desde sua independência é vítima de ondas periódicas de violência e golpes de Estado.

Eles desistiram de enviar observadores, avaliando que não havia condições para uma votação livre e transparente.

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