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Síria/Violência

ONU afirma que regime sírio cometeu crimes contra a humanidade

O exército e as forças de segurança da Síria cometeram crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos, atos de tortura e estupros, afirma uma comissão de investigação da ONU em relatório publicado hoje em Genebra. Os experts das Nações Unidas indicam que o governo do presidente Bachar al-Assad é responsável por esses atos e deve punir os autores destes crimes e indenizar as vítimas.

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Wadi Mouallem, criticou hoje as sanções adotadas pela Liga Árabe contra seu país.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Wadi Mouallem, criticou hoje as sanções adotadas pela Liga Árabe contra seu país. REUTERS/ Sana/Handout
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O grupo de experts da ONU, que entrevistou 223 vítimas, testemunhas e soldados desertores, pede que a Síria acabe com "as violações em massa dos direitos humanos", libere os prisioneiros detidos durante várias operações de prisões em massa e abra seu território à imprensa, aos trabalhadores humanitários e aos observadores dos direitos humanos. Os investigadores pedem ainda a instauração de um embargo internacional sobre a venda de armas à Síria.

A repressão do movimento de contestação do regime de Bachar al-Assad já fez mais de 3.500 mortos desde meados de março, segundo a ONU. Já as autoridades sírias afirmam que os culpados pela violência são "grupos terroristas armados" apoiados pelo exterior e dizem que mais de mil soldados e policiais foram mortos.

Síria x Liga Árabe

O ministro sírio das Relações Exteriores, Wadi Mouallem, afirmou hoje que a Liga Árabe cortou todas as relações com a Síria ao adotar sanções econômicas por causa da repressão violenta dos movimentos de contestação pelo regime do presidente Bachar al-Assad.

Durante uma entrevista coletiva à imprensa em Damasco, Mouallem anunciou que seu país retirou "95% a 96% de seus bens nos países árabes" e enfatizou que "cessar as transações com o Banco central sírio significa uma declaração de guerra econômica do ponto de vista da lei internacional".

A Liga Árabe adotou no domingo sanções econômicas severas contra a Síria para obrigá-la a acabar com a repressão sangrenta da revolta contra o regime de Bachar al-Assad. Trata-se das primeiras sanções econômicas desse porte que a Liga Árabe adota contra um de seus membros.

"As medidas tomadas pela Liga Árabe mostram sua intenção de provocar o aumento da tensão com a Síria", disse Wadi Mouallem. "Se os países árabes voltarem atrás em suas decisões e medidas econômicas, isso abrirá as portas para uma futura cooperação", enfatizou.

Ele também criticou o fato de que a Liga Árabe se recusa a reconhecer a presença de "grupos terroristas" na Síria, que segundo o governo de Damasco seriam os responsáveis pela violência no país.

 

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