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EUA/ Paquistão

Americanos vão suspender parte da ajuda militar ao Paquistão

Os Estados Unidos decidiram suspender uma parte da ajuda militar ao Paquistão, aliado dos americanos na repressão de grupos islâmicos armados, especialmente no Afeganistão. As relações entre os dois países passam por uma crise desde que os americanos realizaram a operação secreta que resultou na morte do terrorista Osama Bin Laden, no Paquistão.

Exército paquistanês em uma demonstração em Tora Warai, na fronteira com o Afeganistão.
Exército paquistanês em uma demonstração em Tora Warai, na fronteira com o Afeganistão. Reuters
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A decisão da suspensão foi anunciada no domingo pelo secretário-geral da Casa Branca, William Daley, braço-direito do presidente Barack Obama. Conforme Daley, cerca de 800 milhões de dólares de ajuda militar serão cancelados, de um total de 2 bilhões ao ano, fornecidos desde que o país se comprometeu a lutar contra o terrorismo, após o 11 de Setembro. A maior parte do auxílio serve para manter mais de 100 mil soldados paquistaneses na fronteira com o Afeganistão. A venda de armas ao Paquistão e as ajudas não-militares ao país não serão alteradas.

“A verdade, é que a nossa relação com o Paquistão está muito complicada”, afirmou Daley em uma entrevista ao canal ABC.

Ainda restam dúvidas se Islamabad estava colaborando com o terrorista mais procurado do mundo, que vivia em uma casa em Abbottabad a poucos quilômetros de uma das principais bases militares do país. Após isso, a pressão dos políticos americanos para que os Estados Unidos cortassem relações com o Paquistão não parou de aumentar.

Já a opinião pública paquistanesa também é majoritariamente contra a aliança com Washington, sobretudo depois que os americanos realizaram a operação militar à caça de Bin Laden sem avisar as autoridades paquistanesas, no que foi considerado uma humilhação.

“Enquanto nós não sairmos dessas dificuldades, suspenderemos uma parte do dinheiro que os contribuintes americanos se engajaram a dar”, explicou o secretário-geral.

O Exército paquistanês, por sua vez, reagiu ao anúncio afirmando que pode funcionar sem ajuda externa. O porta-voz do Exército, general Athar Abbas, disse que ainda não recebeu nenhuma notificação oficial sobre a suspensão.

“O Exército, hoje como ontem, comanda com sucesso ofensivas militares utilizando seus próprios recursos e sem qualquer apoio externo”, disse.

Uma das principais inimigas regionais do Paquistão, a Índia saudou a decisão americana, afirmando que o apoio militar perturbava o equilíbrio da Ásia do sul. O temor dos indianos é o de que a ajuda financeira poderia ser desviada para ações contra a Índia.
 

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