Moçambique: assinado terceiro Acordo de paz
O terceiro Acordo de paz da História de Moçambique foi assinado esta tarde em Maputo entre o chefe de Estado, Filipe Nyusi, e o presidente da Renamo, Ossufo Momade. Um documento tornado possível após a assinatura no passado dia 1 no centro do país de um Acordo de cessação de hostilidades.
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Este é um documento que tem, desde já, os seus calcanhares de Aquiles por um movimento de guerrilheiros da Renamo se opor à liderança de Ossufo Momade e exigir até dia 17 a eleição de uma nova presidência para o movimento da perdiz.
No entanto, no acto da assinatura esta terça-feira, Ossufo Momade, reafirmou que "este acordo geral de paz é o culminar assumido no dia 1 de agosto dia em que assinámos o acordo de cessação das hostilidades militares".
Ossufo Momade, Presidente da Renamo
Por seu lado, o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, declarou que "o acordo que acabámos de assinar é um acordo de irmãos que chegaram definitivamente à consciência de que não há mais razão continuarem a matarem-se. É um acordo que é prova que não queremos mais guerra."
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique
Em matérias de reacções, Tomaz Salomão, antigo secretário executivo da SADC, Comunidade para o desenvolvimento da África austral, quer acreditar que "à terceira é de vez" e que a paz veio para ficar em Moçambique.
"Creio que o facto de se assinar é o primeiro passo e todos nós temos uma energia positiva e a crença de que desta vez à terceiça é de vez", sublinhou, Tomaz Salomão.
Tomaz Salomão, antigo secretário executivo da SADC
Por seu lado, Mirko Manzoni, embaixador da Suíça, em Moçambique, presidente do grupo de contacto e representante do secretário geral da ONU, comentou o acordo de paz dizendo estar "hoje a viver um dia verdadeiramente histórico e o acordo irá trazer uma paz duradouro ao povo moçambicano."
Mirko Manzoni, embaixador da Suíça, em Moçambique
Este terceiro acordo agora oficialmente formalizado começou por ser rubricado enquanto cessação das hostilidades na última quinta-feira em Gorongosa entre o Presidente Nyusi e o líder da Renamo, Ossufo Momade.
No entanto, no último fim-de-semana, o general Mariano Nhongo, da Junta militar da Renamo, rejeitou o acordo e alertou Momade que os "militares" estão do seu lado e têm a intenção de eleger um novo Presidente do maior partido da oposição.
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