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Moçambique

A Renamo elegeu Ossufo Momade como seu novo líder

Ossufo Momade, general e coordenador interino desde a morte de Afonso Dhlakama, foi eleito esta madrugada novo líder da Renamo, principal partido de oposição, com 410 votos, face a Elias Dhlakama, irmão do líder histórico do partido, Afonso Dhlakama, com 238 votos, Manuel Bissopo com 7 e Juliano Picardo com 5, o também candidato Hermínio Morais tendo acabado por desistir da corrida a seu favor.

Ossufo Momade, novo presidente da Renamo.
Ossufo Momade, novo presidente da Renamo. Lusa
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Reunidos desde Terça-feira na Serra da Gorongosa no seu 6° congresso na presença de 300 convidados, a maioria dos cerca de 700 delegados da Renamo elegeram o general Ossufo Momade para a sucessão de Afonso Dhlakama que faleceu no passado mês de Maio, após quase 40 anos na liderança do principal partido de oposição.

Conhecido sobretudo por ser uma figura discreta, Ossufo Momade que completa 58 anos no final deste mês, nasceu na ilha de Moçambique a 30 de Janeiro de 1961, integrou em 1974 as Forças Armadas de Libertação de Moçambique (FPLM), na sequência dos acordos de Lusaka. Quatro anos depois, durante uma missão na região de Nampula, no norte do país, numa zona onde estava activa a Renamo, acaba por entrar nas fileiras daquele partido.

Em 1981, na sequência de diversas acções em Tete, Manica e Sofala, Ossufo Momade acede ao cargo de comandante da companhia e depois de abrir uma nova frente de luta em Nampula, é promovido em 1983 a major-general. Parte integrante juntamente com outros responsáveis nas negociações que conduziram aos acordos de paz de 1992, nesse mesmo ano, chega ao cargo de Tenente-general e fica com a responsabilidade de supervisionar o cessar-fogo.

Passando da guerrilha para a acção política, eleito deputado desde 1999, ele foi nomeado chefe do departamento dos desmobilizados de guerra em 2003. Secretário-geral da Renamo entre 2005 e 2012, dirigiu em seguida a ala militar do partido, uma ala que voltou a ser activa a partir de 2013, altura em que a Renamo acusou o partido no poder de não respeitar os acordos de paz assinados em 1992.

Seguiu-se um laborioso processo de paz iniciado ainda com o então líder Afonso Dhlakama, um diálogo que prosseguiu depois da sua morte no ano passado, com Ossufo Momade na chefia interina do partido. Nestes últimos meses, chegou-se a um consenso sobre a descentralização, havendo ainda debate em torno da integração dos combatentes da Renamo nas Forças Armadas. A desconfiança não desapareceu totalmente, a Renamo tendo acusado o partido no poder, a Frelimo, de lhe ter subtraído a vitória em cinco municípios nas autárquicas do passado mês de Outubro.

Os próximos desafios para o novo líder da Renamo são agora as eleições gerais do próximo 15 de Outubro. As suas primeiras palavras foram precisamente nessa óptica.

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Ossufo Momade, novo líder da Renamo, em declarações recolhidas pela agência Lusa

Antes mesmo de ser confirmado no cargo que tem ocupado interinamente desde o ano passado, Ossufo Momade defendeu na passada Terça-feira que o partido tem de "continuar a ser uma alternativa de governação" e que nesta óptica, a Renamo precisa de fortalecer a sua coesão interna.

No âmbito deste 6° congresso da Renamo que termina esta quinta-feira, para além do seu líder, os membros do partido elegem também outros quadros e órgão directivos da Renamo.

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