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Moçambique

Moçambique: Renamo suspende negociações de paz

Renamo suspendeu as negociações de paz com o governo e apela ao Presidente para que seja reposta a verdade eleitoral, contestando a vitória da Frelimo em 44 dos 53 municípios de Moçambique, o que o partido considera uma "autêntica farsa".

Ossufo Momade, coordenador interino da Renamo
Ossufo Momade, coordenador interino da Renamo Adrien BARBIER / AFP
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Tribunais distritais indeferiram o recurso interposto pela Renamo, contestando os resultados provisórios das eleições autárquicas de 10 de Outubro, que atribuiam a vitória da Frelimo nos municípios de Monapo na província de Nampula, Alto Molocué na Zambézia, Marromeu em Sofala, Moatize em Tete e na cidade da Matola em Maputo.

A Comissão Nacional de Eleiçoes anunciou esta quarta-feira (24/10) os resultados definitivos deste escrutínio, que confirmam os dados apurados pelas comissões distritais e atribuem vitória da Frelimo em 44 dos 53 conselhos autárquicos, incluindo nos 5 contestados pela Renamo, o maior partido da oposição que conquistou 8 municípios enquanto o MDM mantém o da Beira.

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Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo

A partir da serra da Gorongosa o Coordenador  da Comissão Política da Renamo, Ossufo Momade, exige uma comissão de inquérito independente para averiguar o processo eleitoral nesses 5 municípios e apela à intervenção do Presidente Filipe Nyusi, para repôr a verdade eleitoral.

"Convidar o Presidente, mais uma vez, o chefe de Estado na sua qualidade de mais alto magistrado da Nação, para urgentemente pôr termo ao problema que afecta o nosso país, sob pena de caírmos no retrocesso das presentes negociações de paz, que estão a decorrer num ambiente de tréguas e entendimentos, que nos levará a uma paz efectiva".

Ossufo Momade reclama a reposição da justiça eleitoral "exigimos uma comissão de inquérito independente, que irá trazer a verdade eleitoral nos municípios de Monapo, Alto Molocué, Marromeu, Moatize e na cidade da Matola".

Também esta quarta-feira (24/10) o mandatário da Renamo André Magibire, afirmou à agência Lusau que "o partido vai interromper provisoriamente as negociações de paz, para gerir o conflito eleitoral".

Já o Presidente do Movimento Democrático de Moçambique - MDM - Daviz Simango considera que o país não pode continuar a assistir fraudes eleitorais, organizadas pelos órgãos eleitorais a favor do partido no poder que, indiferente às criticas festeja a vitória anunciada nas eleições autárquicas de 10 de Outubro.

A 6 de Outubro o Presidente Filipe Nyusi anunciou o início do processo de Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração do braço armado da Renamo, no âmbito das negociações em curso, cujo cronograma prevê que tudo esteja concluído até Março de 2019 e que as eleições gerais agendadas para 15 de Outubro decorram sem partidos armados.

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