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Guiné-Bissau

Líder do PAIGC acusa Presidente de golpe de Estado

O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou, esta terça-feira, o Presidente guineense de tentar realizar um golpe de Estado, com apoio do Senegal, para nomear um Governo de iniciativa presidencial. Domingos Simões Pereira também acusou José Mário Vaz de condicionar a formação do governo à prorrogação do seu mandato pelo Parlamento.

Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC.
Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC. facebook.com/dsimoespereira.paigc
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O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou, esta terça-feira, o Presidente guineense de tentar realizar um golpe de Estado, com o apoio do Senegal, para nomear um Governo de iniciativa presidencial.

Domingos Simões Pereira expressou-se, em conferência de imprensa, para explicar o que se passou desde sexta-feira, nomeadamente as razões pelas quais o partido desistiu de indicar o seu nome para o cargo de primeiro-ministro.

"Na sexta-feira, durante todo o dia, mas sobretudo à noite, o então Presidente José Mário Vaz montou toda uma operação de golpe de Estado e que consistia, primeiro, em nomear o doutor Edmundo Mendes ou o doutor Malam Sambu como primeiro-ministro e a ocupação de todas as instituições públicas por elementos das forças da defesa e segurança antes da nomeação e empossamento de um governo da sua iniciativa", afirmou Domingos Simões Pereira.

O presidente do PAIGC explicou que a "intenção não foi consumada ou terá sido abortada", porque dois dos seus "principais colaboradores" (referindo-se a Braima Camará, coordenador do Madem-G15, e Sola Nanquilim, vice-presidente do PRS) o "teriam avisado de que as estruturas de apoio poderiam não suster a reacção de outras forças de defesa e segurança e a fúria popular".

Por outro lado, Domingos Simões Pereira disse suspeitar que José Mário Vaz “não teria recebido luz verde do padrinho da sub-região (o Presidente do Senegal, Macky Sal), que tem coordenado toda esta operação e outros desmandos do Presidente José Mário Vaz".

Em nome da maioria parlamentar, Domingos Simões Pereira, também disse que o Presidente da República condiciona a formação do governo à prorrogação do seu mandato pelo Parlamento.

“O Presidente da República disse ao primeiro-ministro que não iria tratar do dossier porque aguarda que o Parlamento prorrogue o seu mandato”, afirmou Domingos Simões Pereira.

A maioria parlamentar alertou que a partir de agora qualquer acto associado ao posto do Presidente da República é susceptível de um processo-crime.

Domingos Simões Pereira disse que os partidos da maioria parlamentar vão formar Governo e exigir a responsabilização de quem não cumpre regras democráticas.

José Mário Vaz cumpriu cinco anos de mandato no domingo e apesar de a CEDEAO ter pedido a nomeação de um Governo, o Presidente guineense continua sem o nomear.

Entrentato, a deputada do MADEM-G15, Adja Satu Camará, foi eleita a segunda vice-Presidente do Parlamento com 54 votos das bancadas da maioria parlamentar. A oposição (Madem G15 e o PRS) boicotou a votação.

A comissão permanente do Madem-G15 indicou, na sexta-feira, o nome da deputada Satu Camará para o cargo de segunda vice-presidente da mesa do parlamento guineense. Antiga militante do PAIGC, Satu Camará já assumiu funções de ministra do Interior na Guiné-Bissau e é a primeira mulher guineense a ter a patente de major-general. Na quinta-feira, o líder do Madem-G15, Braima Camará, abdicou da sua candidatura ao lugar de segundo vice-presidente do parlamento para acabar com o impasse político.

Oiça aqui a reportagem de Aliu Candé.

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Reportagem de Aliu Candé

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